Agronegócio

Inadimplência no campo faz agricultores pagarem preço alto

26 nov 2019, 14:48 - atualizado em 26 nov 2019, 14:48
Cana de Açúcar Agricultura
“Os bancos dizem que o setor inteiro corre um risco maior de inadimplência”, disse Scheffer (Imagem: REUTERS/Rajendra Jadhav)

Uma decisão da Justiça que permite a agricultores pedir recuperação judicial por meio de mecanismos normalmente utilizados por empresas causou um efeito colateral: financiamento mais caro para todos produtores rurais.

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Quando Guilherme Scheffer estava planejando a safra deste ano, ficou surpreso ao saber que os juros dos empréstimos não estavam caindo no ritmo da Selic.

Bancos disseram a Scheffer que as taxas de juros para o seu grupo poderiam ser 1 ponto percentual mais baixas se as regras para recuperação judicial de produtores rurais na condição de pessoa física não tivessem sido flexibilizadas.

“Os bancos dizem que o setor inteiro corre um risco maior de inadimplência”, disse Scheffer, cujo grupo cultiva soja, milho e algodão em 165 mil hectares no estado de Mato Grosso e publica balanços auditados há uma década.

A decisão abre uma porta para milhares de agricultores recorrerem à recuperação judicial. A medida também afeta tradings que financiam agricultores em troca de uma parte da colheita futura.

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Na última temporada, empresas estrangeiras responderam por 30% do financiamento do plantio de soja em Mato Grosso, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

“Esses pedidos minam a segurança jurídica do modelo que está financiando essa expansão gigante do agronegócio”, disse André Nassar, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que representa empresas como Cargill e Bunge.

Com os cortes da Selic este ano, as margens dos empréstimos caíram cerca de 30% para todos os segmentos, enquanto para a agricultura houve pouca alteração, segundo o Itaú BBA.

“O spread bancário nos empréstimos para o setor agrícola não está caindo pelo aumento da incerteza,” disse Pedro Fernandes, diretor de agronegócios do banco, em entrevista por telefone. “Para bons pagadores, esse cenário significa taxas de juros mais altas. Para os produtores mais alavancados, significa falta de disponibilidade de linhas de crédito.”

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