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Incertezas com privatização fazem com Eletrobras tenha queda de mais de 1,5%

26 dez 2019, 13:19 - atualizado em 26 dez 2019, 13:19
Eletrobras
(Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

Na parte da tarde desta quinta-feira as ações da Eletrobras (ELET3) operam com queda, puxando os destaques negativos do Ibovespa, em meio a notícias sobre o futuro da companhia. Na sexta-feira, foi divulgado que o governo ainda não trabalha com a hipótese de elaborar um novo modelo de venda da estatal, mesmo após o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), ter afirmado que a atual proposta para a elétrica não terá aprovação dos senadores.

Por volta das 13h15, os ativos tinham queda de 1,79% a R$ 37,81

Um projeto de lei com a proposta de desestatização foi enviado pelo Poder Executivo ao Congresso no início de novembro, mas ainda não começou a tramitar na Câmara, onde aguarda despacho do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Na sexta-feira, Alcolumbre afirmou que as bancadas das Regiões Norte e Nordeste têm mostrado forte oposição à iniciativa em seus moldes atuais. “Se o governo não construir uma modelagem nova, não vai passar no Senado”, disse ele em café da manhã com jornalistas.

A proposta do governo Jair Bolsonaro prevê capitalizar a companhia por meio da emissão de novas ações, em operação que diluiria a participação do governo na empresa a uma posição minoritária.

A Eletrobras então usaria os recursos levantados com a transação, estimados em cerca de 16 bilhões de reais, para pagar ao Tesouro um bônus em troca da assinatura de novos contratos de concessão para suas hidrelétricas, com maior prazo e condições mais favoráveis.

A Eletrobras então usaria os recursos levantados com a transação (REUTERS/Pilar Olivares)

“Não tem ‘plano B’”, afirmou uma das fontes, que acompanha de perto o processo de privatização e falou sob a condição de anonimato. “O plano é falar com ele (Alcolumbre) e mostrar o que talvez não tenha ficado claro”, acrescentou a fonte.

Os planos de privatizar a Eletrobras, maior elétrica do Brasil, começaram a ser gestados ainda no governo Michel Temer, mas foram atrasados por diversas liminares obtidas por sindicatos de trabalhadores e ainda encontraram dificuldades para avançar no Congresso.

Preferência no aumento de capital

A estatal de energia Eletrobras informou que uma operação para aumento de capital resultou na subscrição privada de R$ 7,47 bilhões em ações da companhia, o equivalente a 75,2% do almejado na operação, segundo comunicado divulgado na noite de segunda-feira.

O valor resultou do exercício por acionistas da empresa do exercício de preferência após a companhia ter anunciado que faria a operação e que o governo federal, controlador, deveria subscrever um mínimo de 4,05 bilhões de reais por meio da capitalização de Adiantamentos para Futuro Aumento de Capital (AFACs).

As ações subscritas referentes ao exercício de preferência foram 192,79 milhões de papéis ordinários, a preço unitário de 35,72 reais, e 15,56 milhões de ações preferenciais, a 37,50 reais cada.

A Eletrobras afirmou ainda que, considerando a totalidade das ações propostas na operação, ainda foram subscritas, em exercício de sobras, 9,8 milhões de ações ordinárias e 1,8 milhão de ações preferenciais, pelos mesmos valores (35,72 reais e 37,50 reais, respectivamente).

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