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Incorporadora chinesa Evergrande corre risco de crise de caixa

26 set 2020, 17:06 - atualizado em 24 set 2020, 12:00
Construção Civil China
Caso se recusem a prorrogar o prazo, a empresa precisará reembolsar até 130 bilhões de yuans (US$ 19 bilhões), o equivalente a 92% do caixa e equivalentes (Imagem: Reuters/Thomas Peter)

A incorporadora mais endividada do mundo alertou autoridades da China de que corre risco de não pagar dívidas, o que poderia abalar o sistema financeiro de US$ 50 trilhões do país, a menos que reguladores aprovem a adiada listagem da empresa.

A China Evergrande mapeou o cenário em uma carta de 24 de agosto enviada ao governo de Guangdong vista pela Bloomberg, na qual a empresa busca apoio para uma proposta de reestruturação necessária para garantir a listagem e evitar uma crise de caixa.

A incorporadora enfrenta um teste crítico em 31 de janeiro, quando investidores estratégicos terão permissão para sair do acordo a menos que a Evergrande consiga aprovação para uma listagem na Bolsa de Valores de Shenzhen.

Caso se recusem a prorrogar o prazo, a empresa precisará reembolsar até 130 bilhões de yuans (US$ 19 bilhões), o equivalente a 92% do caixa e equivalentes.

Isso pode levar a “inadimplências cruzadas” dos empréstimos da Evergrande com bancos, fundos e no mercado de títulos, o que resultaria em riscos sistemáticos para o sistema financeiro, de acordo com o documento enviado ao governo da província de Guangdong, sede da empresa.

Ligações para a assessoria de imprensa do governo de Guangdong não foram atendidas. A Evergrande disse em comunicado que as postagens nas redes sociais sobre seus planos de reestruturação de ativos são “inventadas”, sem especificar detalhes.

A incorporadora acrescentou que a empresa gerou 400 bilhões de yuans em fluxo de caixa com vendas de projetos nos primeiros oito meses e mantém operações saudáveis. A empresa não mencionou se procurou ajuda do governo.

A dívida total da incorporadora subiu 4%, para 835 bilhões de yuans no fim de junho, em comparação com 800 bilhões de yuans no final de 2019. A dívida líquida aumentou para um recorde de 631 bilhões de yuans diante do nível de caixa mais baixo, mostram cálculos da Bloomberg.

Em agosto, a Evergrande reiterou uma ambiciosa meta de desalavancagem – reduzir os empréstimos em cerca de 150 bilhões de yuans por ano de 2020 a 2022, ou cerca da metade da dívida atual. Até agora, não cumpriu a promessa.

Desde então, a incorporadora lançou uma campanha de vendas na China para fazer caixa, levantou US$ 3 bilhões com a venda de uma participação em seu braço de serviços e reduziu gastos com a compra de terrenos.

A empresa espera que o investimento total em veículos elétricos seja de 29 bilhões de yuans, abaixo dos 45 bilhões de yuans planejados anteriormente.

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