Commodities

Índia planeja encher reservas estratégicas com petróleo árabe barato

16 mar 2020, 15:54 - atualizado em 16 mar 2020, 15:54
Petróleo
Os preços globais do petróleo recuaram cerca de 40% em março, com o impacto da pandemia de coronavírus destruindo a demanda pelo combustível fóssil (Imagem: REUTERS/Todd Korol)

A Índia planeja se aproveitar dos baixos preços do petróleo da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos para encher suas reservas estratégicas da commodity, disseram nesta segunda-feira duas fontes familiarizadas com o assunto.

Os preços globais do petróleo recuaram cerca de 40% em março, com o impacto da pandemia de coronavírus destruindo a demanda pelo combustível fóssil, enquanto a oferta tem crescido após a Rússia se recusar a apoiar cortes mais profundos de produção em uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e de aliados, o grupo Opep+.

Importantes produtores membros da Opep, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos disseram que vão aumentar a produção e cortar os preços, o que dá a grandes consumidores a chance de acumular petróleo sob preços com descontos.

“É um momento oportuno para nós e eles (Abu Dhabi National Oil Company e Saudi Aramco) fecharmos negócio e preencher as reservas…”, disse uma autoridade familiarizada com o assunto, que pediu para não ser identificada.

“Se houver algum atraso, nós talvez preenchamos as reservas por nossa conta”, acrescentou.

Uma segunda fonte, que também pediu por anonimato, disse que o Ministério do Petróleo da Índia enviou um pedido ao Ministério das Finanças para a liberação de cerca de 48 bilhões a 50 bilhões de rúpias (673,7 milhões de dólares) para a compra de petróleo por meio de oito ou nove navios-tanques de grande capacidade, com o objetivo de preencher as reservas.

As Reservas Estratégicas de Petróleo Indianas (ISPRL, na sigla em inglês) e os ministérios de Petróleo e Finanças do país não comentaram de imediato ao assunto, enquanto ADNOC e Saudi Aramco se recusaram a comentar.

A Índia, terceira maior importadora e consumidora de petróleo do mundo, importa cerca de 80% de sua demanda petrolífera.

O país construiu reservas estratégicas em três locais no sul do país para armazenar até 36,87 milhões de barris de petróleo, ou cerca de 5 milhões de toneladas, para se proteger de eventuais interrupções de oferta.

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