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Indústria de silos aposta no mercado de juros livres pegando o que faltou do Plano Safra

25 jun 2021, 14:46 - atualizado em 26 jun 2021, 8:56
Industrial Pagé Armazéns
Indústria de armazenagem vê expansão de fontes de recursos e de novos projetos

Com safras crescendo duas vezes mais que o encurtamento do déficit de ensilagem brasileiro, a Industrial Pagé acredita que o sistema financeiro vai entrar com mais peso no financiamento de sistemas de armazenagem.

No pacote de R$ 251,2 bilhões do Plano Safra, recém conhecido, o governo ainda deixou, no mínimo, R$ 5 bilhões de fora daquilo que as cerca de 23 empresas nacionais do setor – descontadas as centenas informais que têm por aí -, acreditam que seria o ideal para a temporada 21/22.

Deu R$ 4,12 bilhões, com juros controlados de 5,5% a 7%. Apesar da expansão de 84%, tamanho é esse gargalo do agronegócio de commodities, disputando a ponta com a logística de transporte, que a Pagé acredita que os bancos, fora das linhas do BNDES, não vão querer ficar muito tempo de fora. E a indústria catarinense diz receber muitas consultas de agentes financeiros.

Até porque, segundo o supervisor comercial nacional da empresa, Amilcar Rostro, boa parte desses recursos oficiais vai acabar ficando com os pequenos e médios produtores. Em projetos de até R$ 25 milhões por CNPJ, para prazos de 12 anos e carência de três.

E como é neles que se concentra o déficit de 80 milhões de toneladas de grãos, faltará para muitos do mesmo porte – e para os grandes, os que mais acessam o mercado de juros livres.

Detalhe importante, que só quem é do meio sabe: embora haja um grande espaço para os silos bags, os produtores menores vão ter que encarar os equipamentos industriais de maior porte, porque o ganho em volume nas safras acaba sendo corroído pela “perda de peso e qualidade dos grãos, sobretudo em armazenagens por mais longo tempo”, diz o executivo da empresa.

Consórcio

Na disputa entre os segundo e terceiro lugar do ranking do setor de armazenagem, sem comentar nenhum de seus números, a Pagé não se importa com quem atende, garante Rostro, que também é vice-presidente da Câmara Setorial do setor na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimac).

Nascida no Sul, Araranguá (SC), onde o que manda são propriedades pequenas, a Pagé cresceu atendendo aquele pequeno sitiante que comprava um silo modesto, 3/4 mil sacas, que muito se vê ao lado de resistentes paióis de madeira, ainda que também haja um grande número de cooperativas concentrando a armazenagem.

Outro detalhe: a Industrial Pagé também conta com o aumento de consórcios de produtores montando em conjunto sistemas completos, para os quais Amilcar Rostro e equipe estão acostumados até a dar consultoria sobre como a empreitada pode ser dividida e utilizada.

Empresa de um dono só, Angela Pascoali Boeira, está no Brasil todo, na América Latina, na África e na Europa. Com linhas completas, de recepção, secagem, armazenamento. E ainda uma linha de equipamentos para parboilização de arroz.

 

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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