Economia

Indústria de veículos espera alta de 25% na produção em 2021, critica ICMS em SP

08 jan 2021, 11:35 - atualizado em 08 jan 2021, 11:35
Para as vendas de novos, a expectativa é de aumento de 15%, para 2,37 milhões de unidades. Já a visão para as exportações envolve crescimento de 9%, para 353 mil unidades (Imagem: Reuters/Paul Vernon

A indústria brasileira de veículos espera que a produção de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em 2021 cresça 25%, para 2,52 milhões de unidades, previsão que o presidente da associação de montadoras, Anfavea, considerou como “conservadora”, diante das incertezas como as geradas pelos efeitos da pandemia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Apesar do crescimento previsto, o volume projetado ainda representa uma ociosidade de cerca de 50%, uma vez que a capacidade nominal da indústria é de produção de 5 milhões de veículos por ano.

Para as vendas de novos, a expectativa é de aumento de 15%, para 2,37 milhões de unidades. Já a visão para as exportações envolve crescimento de 9%, para 353 mil unidades.

“As estimativas são conservadoras… Imaginamos que o Brasil vai crescer este ano, mas existem as incertezas e outras dificuldades”, afirmou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, em apresentação online nesta sexta-feira. A estimativa da Anfavea para o crescimento do PIB do Brasil neste ano é de 3,5%, disse Moraes.

Ele citou como obstáculos ao setor a decisão do governo de São Paulo no final de 2020, que aumentou o ICMS sobre vendas de veículos novos e usados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo ele, o ICMS de veículos usados em São Paulo em alguns casos subiu 207%, o que pode impactar as vendas de novos já que estes produtos são usados como parte do pagamento.

Já em novos, o ICMS a partir de 15 de janeiro será elevado de 12% para 13,3% e a partir de 1 de abril será incrementado para 14,5%, disse o presidente da Anfavea.

“A gente não imaginava que São Paulo fosse fazer uma proposição deste tipo. Isso afeta o mercado. É uma coisa que nos surpreende. Quero destacar nosso desapontamento com o governo do Estado de São Paulo”, disse Moraes. “Não é momento de se fazer aumento de impostos no país, vai contra a premissa da reforma tributária…que não prevê aumento na carga.”

Em dezembro, a produção cresceu 22,8%, para 209.296 unidades. Ante novembro, houve queda de 12,1%. Já os emplacamentos caíram 7,1% na comparação anual, mas subiram 8,4% na relação mensal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O estoque no mês terminou em 96,8 mil veículos distribuídos entre pátios de montadoras e concessionários, volume equivalente para 12 dias de comercialização, o que é o menor nível da história do setor, segundo Moraes.

No ano, a produção caiu 31,6%, para 2,01 milhões de veículos enquanto as vendas recuaram 26,2%, para 2,06 milhões. O setor terminou 2020 com fechamentos de cerca de 5 mil postos de trabalho, para 120,5 mil posições

Compartilhar

A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.