Economia

Inflação acelera na prévia, mas não assusta; veja a avaliação de três economistas

25 jul 2025, 11:01 - atualizado em 25 jul 2025, 11:01
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Prévia da inflação acelera em julho, puxada por passagens aéreas e energia elétrica, mas núcleos e dispersão indicam cenário ainda sob controle. (Imagem: Getty Images/Canva)

A prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) veio ligeiramente acima das projeções do mercado. Em julho, o índice avançou 0,33%, ante uma expectativa de alta de 0,31%. Apesar do resultado acima do esperado, o dado não causou preocupação entre economistas.

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A avaliação predominante é de que o avanço não altera de forma significativa o cenário de curto prazo da inflação. A composição do índice continua considerada benigna, com os principais núcleos mostrando desaceleração.

Segundo Carlos Thadeu, economista de inflação e commodities da BGC Liquidez, a composição do índice mostra sinais de alívio na margem, ou seja, nos dados mais recentes, com núcleos e grupos importantes da inflação mostrando desaceleração.

Parte da alta do IPCA-15 foi influenciada por itens pontuais e voláteis, como passagens aéreas e transporte por aplicativo, que costumam apresentar variações instáveis e não refletem uma tendência duradoura da inflação. Em contrapartida, os componentes mais relevantes para a dinâmica inflacionária — como serviços subjacentes, bens industriais e núcleos — mostraram desaceleração, sinalizando uma perda de força da inflação subjacente.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, também chama atenção para a alta das passagens aéreas, que subiram 19,86%, bem acima da projeção da casa, de 11,05%. Houve ainda surpresa no grupo de cuidados pessoais, que avançou 0,21%, frente a uma expectativa de deflação.

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Em contrapartida, energia elétrica e vestuário vieram abaixo do previsto, ajudando a conter o índice cheio.

“A média dos núcleos mostrou-se bem comportada, variando 0,30% frente à nossa perspectiva de 0,29%. Na abertura de serviços, como a passagem aérea foi subestimada, a agregação também mostrou um grande desvio altista. Quando avaliamos os serviços subjacentes, tivemos uma variação bem próxima: 0,45% observados frente a 0,47% projetados”, afirmou.

Sanchez ainda destaca a forte queda na dispersão da inflação — ou seja, na proporção de itens com alta de preços. Essa taxa recuou de cerca de 60% para próximo de 50%, rompendo a média dos últimos 12 meses. Na prática, isso significa que a inflação ficou menos espalhada entre os diferentes produtos e serviços da cesta. Quando menos itens sobem ao mesmo tempo, a pressão inflacionária tende a ser mais localizada e menos persistente — o que é um sinal positivo para o controle da inflação no médio prazo.

Já Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay, aponta que, apesar da leve melhora no balanço de riscos, o viés para a inflação segue altista.

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Entre os fatores de alívio, ela menciona a desaceleração da economia global e a acomodação nos preços das commodities. No campo dos riscos, destacam-se a desancoragem das expectativas de inflação, a persistência das pressões nos serviços — diante de um mercado de trabalho ainda aquecido — e a incerteza fiscal, que pode pressionar o câmbio.

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Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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