Inflação

Inflação implícita pressionada descola Brasil do mundo

06 jul 2022, 20:46 - atualizado em 06 jul 2022, 20:46
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A inflação implícita de cinco anos subia a 6,6% nesta quarta-feira, de 6,3% em 31 de maio (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Quando se trata da inflação esperada pelo mercado, o Brasil andou na contramão do mundo ao longo do último mês, com o risco fiscal de volta ao centro das preocupações do mercado e dados econômicos mais fortes do que o esperado.

Operadores financeiros passaram a embutir nos ativos uma taxa de inflação mais pressionada do que se via desde o fim de maio, época em que o governo e o Congresso ainda iniciavam a discussão de um projeto para reduzir os preços de combustíveis.

A inflação implícita de cinco anos subia a 6,6% nesta quarta-feira, de 6,3% em 31 de maio. Em vencimentos mais longos, o avanço foi ainda mais significativo — a taxa da implícita de dez anos saiu de 6,3% para 6,8%.

O movimento foi o oposto ao observado no mundo desenvolvido e também em pares. No mesmo período, a implícita americana de dez anos cedeu de 2,7% para 2,3%, enquanto a taxa da implícita mexicana de igual maturidade seguiu praticamente inalterada, passando de 4,5% para 4,6%.

“A partir do momento em que você tenta fazer um controle na marra dos preços de administrados, os agentes esperam que isso vai voltar como inflação lá na frente, o que se traduz em prêmio de risco”, diz Filippe Santa Fé, gestor de juros do ASA Hedge, da ASA Investments, fundo que acumula retorno de 34% no ano.

Santa Fé, no entanto, não coloca tudo na conta do fiscal. “Estamos sendo surpreendidos para cima nos dados do mercado de trabalho e o BC revisou para cima a taxa neutra, o que é a forma de sinalizar que está sendo surpreendido para cima com inflação e atividade”, disse.

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