Inflação no Reino Unido permanece em 3,8%, a mais alta entre as grandes economias desenvolvidas

A inflação do Reino Unido manteve-se em 3,8% em agosto, continuando a ser a mais alta entre todas as principais economias avançadas, de acordo com dados oficiais que reforçam a percepção dos investidores de que o Banco da Inglaterra (BoE) dificilmente cortará os juros novamente este ano.
A inflação elevada é um problema tanto para o governo britânico quanto para o BoE. A ministra das Finanças, Rachel Reeves, afirmou na semana passada que o governo deveria concentrar-se em ajudar o banco central a reduzir a inflação, além de impulsionar o crescimento econômico.
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A inflação nos serviços ao consumidor, monitorada de perto pelo BoE como um indicador da pressão interna sobre os preços, desacelerou para 4,7%, ante 5,0% em agosto, informou o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS) nesta quarta-feira (17).
A inflação subjacente, que exclui os preços de energia, alimentos e tabaco, caiu para 3,6%, ante 3,8%.
A maioria dos economistas consultados pela Reuters e pelo BoE previa que a taxa geral de inflação se manteria em 3,8%.
O Banco da Inglaterra deve manter sua taxa básica de juros em 4% nesta quinta-feira (18), após tê-la reduzido em 25 pontos-base em agosto. A votação apertada do Comitê de Política Monetária (5 a 4) no mês passado sugere que o banco central pode desacelerar ainda mais o já gradual ritmo de cortes, devido à inflação persistentemente acima da meta.
A inflação britânica está mais alta do que nos Estados Unidos, onde subiu para 2,9% em agosto, e na zona do euro, onde atingiu 2,1%, ligeiramente acima da meta de 2% do Banco Central Europeu.
O BoE prevê que a inflação no Reino Unido chegará a 4% em setembro e permanecerá acima da meta de 2% até a primavera de 2027.
Embora o mercado de trabalho britânico tenha se enfraquecido, ele continua exercendo pressão de alta sobre os preços. O crescimento dos salários desacelerou nos dados mais recentes, mas, com um aumento de 4,8% nos salários básicos, o ritmo ainda é considerado elevado demais para que o BoE se sinta confortável quanto às perspectivas inflacionárias.
Entretanto, dados oficiais divulgados na semana passada mostraram um quadro pouco animador da economia britânica no início do segundo semestre de 2025, registrando apenas 0,2% de crescimento nos três meses até julho.
Apesar da desaceleração em relação ao pico de mais de 11% em 2022, a inflação continua sendo motivo de preocupação para os consumidores. No mês passado, as expectativas de inflação de longo prazo entre o público atingiram o nível mais alto desde 2019.