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Inflação preocupa, mas Felipe Miranda vê bolsa ainda pujante

26 jul 2021, 20:24 - atualizado em 26 jul 2021, 20:24

Na última sexta-feira (23), o IPCA-15, prévia oficial da inflação divulgada pelo IBGE, preocupou o mercado brasileiro, que fechou em queda, descolado do exterior. O dado, que acumulou alta de 0,72% no mês e 8,59% no ano, fez parte do mercado reforçar a crença de que no próximo Copom o Banco Central acelerará a alta do juros. Para Felipe Miranda, CIO e estrategista-chefe da Empiricus, porém, ainda não há motivos para se preocupar.

“Alguns players já revisaram suas projeções para a taxa Selic. Parte do mercado estava prevendo um avanço de 0,75 ponto porcentual, agora, migrou para um ponto. Olhando de forma mais estrutural, não acho que isso irá interromper por completo a migração para bolsa”, disse em sua já tradicional live semanal, realizada neste último domingo (25). 

Apesar disso, Miranda, que já entregou retorno de mais de 550% da carteira ao assinantes da carteira Oportunidades de Uma Vida desde 2015 e 24% apenas em 2021, vê alguns setores sendo sim impactados pela mudança de projeções. “ “Não é à toa que consumo, varejo e incorporadoras apanharam tanto”, comentou. Segundo ele, parte dessas empresas deve sofrer com a perspectiva de alta de juros.

O Santander, por exemplo, já elevou suas taxas de crédito imobiliário, o que deve impactar as aquisições e a construção civil. Mas, mesmo neste segmento, ainda há razões para acreditar. “No meu entendimento, há forças que sobrepujam essas tendências negativas. Os resultados vêm positivos neste segundo trimestre. Sempre falo de Direcional e também da Mitre. Com o tamanho da queda de sexta, acho que abriu oportunidade de compra”, destacou o CIO. 

Além disso, apesar da possível alta da taxa de juros, o cenário macro vem apresentando algumas surpresas positivas. Miranda apontou, por exemplo, para a questão da arrecadação federal que, em junho, chegou a R$ 143,8 bilhões, crescimento de 46,77% na base anual. No primeiro semestre o avanço foi de 24,49%, atingindo o maior patamar desde 1995, chegando R$ 881,996 bilhões

“Nossa receita tributária vem superando constantemente as estimativas. Paulo Guedes defende que a mudança é estrutural. O número é importante e traz impacto para a curva longa e também para o real e para a taxa de câmbio. Sem risco fiscal, a bolsa também performa melhor”, contou.

Veja a live completa:

 

Criptomoedas avançam

Felipe Miranda comentou também sobre a performance das criptomoedas na última semana, que voltaram a registrar altas após um período “sombrio”. “O Elon Musk, que comanda esse mercado com os comentários dele, voltou a ficar otimista com o bitcoin e o Goldman Sachs divulgou que os portfólio de famílias ricas estão permeados por criptomoedas”, explicou. 

Segundo o CIO da Empiricus, as notícias não são importantes apenas para as criptomoedas mas, também, para o braço de tecnologia da Nasdaq. Nesta segunda-feira (26), o bitcoin avançava mais de 12% por volta do meio-dia e a bolsa americana tocou sua máxima histórica para um intraday. “Mais do que as questões idiossincráticas das moedas, as notícias se desdobram para todo o setor de tecnologia, abrindo chances de multiplicação”.

Cases

Ainda na live, Miranda comentou sobre companhias específicas, tanto sobre as que já são negociadas como sobre aquelas que irão estrear na B3 em breve. 

Em primeiro lugar, a Hypera Pharma (HYPE3), segundo ele, mostrou bons resultados em seu balanço do segundo trimestre, divulgado na última sexta. “Gostei do resultado. Não é uma ação exponencial, mas está gerando muito caixa e existe uma perspectiva que pode estar abaixo do radar”, comentou.

Também chamaram a atenção do CIO da Empiricus as movimentações da GPS (GGPS3), que adquiriu duas novas empresas – uma de serviços de manutenção industrial e outra de execução de trade marketing -, totalizando cinco compras apenas neste ano. “A empresa está entregando o que prometeu, consolidando setor. Reforçamos nossa posição”, disse.

Ele comentou ainda sobre a proposta de desdobramento da Méliuz (CASH3), de uma ação para seis, anunciada na última semana, e que deve aumentar a liquidez e trazer fluxo ao papel. Nesta segunda-feira, o conselho de administração da companhia acabou aprovando o desdobramento e o papel chegou a subir 4% por volta das 12h. “Traz o varejo pro jogo e tira um pouco da memória que a ação valorizou sete vezes desde o IPO. Não devia causar valorização, mas causa”. 

O fim do período de silêncio da BR Partners (BRBI11) foi outro destaque da live. “Acaba o período de silêncio pós-IPO e inicia-se o período de cobertura. Teve um lucro líquido de R$ 30 milhões no primeiro trimestre e deve dar outro ótimo resultado agora”.

Miranda disse que o IPO da Raízen vem chamando, cada vez mais, sua atenção.  “O preço do açúcar travou no alto e a companhia melhorou a dinâmica de distribuição de combustível. Margem operacional deve melhorar. Tenho muita Cosan e cada vez mais acredito que vale à pena ter Raízen também. Sobre as outras duas serão explosões, mas pouca gente vai pegar. O rateio deve ser enorme”, afirmou. 

Por fim, ele destacou na live que a Oi (OIBR3) não vem performando bem, mas que, para ele, ainda possui espaço para mais. “O plano estratégico frustrou um pouco, apareceu uma dívida nova no meio do caminho e gastos com juros ainda muito altos. A desalavancagem não está caindo tanto. O cenário piorou frente ao que a gente estimava. Não vejo mais a ação a R$ 4, mas talvez em R$ 2,80. Reduzimos”, concluiu. 

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