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O que é a “cláusula da desgraça” que transforma perdas em lucro para influencers nas apostas

09 set 2025, 10:17 - atualizado em 08 set 2025, 16:17
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(Imagem: Getty Images)

O mercado de apostas esportivas online no Brasil não para de crescer. E com ele, surgiu um modelo de marketing de influência que movimenta milhões: youtubers e criadores de conteúdo indicam clientes para casas de apostas e recebem comissões.

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Mas, uma prática chamou atenção: a chamada “cláusula da desgraça”. Funciona assim: o influencer recebe uma porcentagem sobre o que seus seguidores perdem. Quanto maior a perda, maior o ganho do criador de conteúdo — e não importa se o apostador ganha ou perde, desde que continue jogando.

O modelo cria um ciclo lucrativo para as plataformas e os influenciadores, mas arriscado para o público, que é incentivado a apostar de forma contínua, aumentando o potencial de prejuízos financeiros.

Como funciona a “cláusula da desgraça”

Se um seguidor aposta R$ 100 e perde, parte do valor vai para o influenciador. O sistema gera um conflito de interesse: o lucro do criador depende das perdas do público, e não do sucesso das apostas.

A prática veio à tona em reportagem da Revista Piauí, que citou contratos de Virgínia Fonseca com a plataforma Esporte da Sorte, incluindo bônus de até 30% sobre o que os usuários perdiam.

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Na CPI das Bets, Virgínia negou a existência da “cláusula da desgraça” nos contratos, mas confirmou que poderia receber um bônus caso “dobrasse o lucro” da plataforma, sem detalhar valores, e afirmou nunca ter recebido o pagamento. Durante as discussões, parlamentares passaram a chamar o modelo de “cachê da desgraça alheia”.

Debate regulatório sobre casas de apostas

Especialistas alertam que comissões baseadas em perdas são comuns em mercados regulados, mas no Brasil levantam questões éticas e legais. A senadora Soraya Thronicke, relatora da CPI, classificou a cláusula como um conflito de interesse. Seu parecer, porém, foi rejeitado por 4 votos a 3, encerrando a comissão de inquérito.

Mesmo com a conclusão da CPI, o modelo continua movimentando milhões de reais, demonstrando que, no mercado de apostas, o lucro nem sempre acompanha o sucesso do público.

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Jornalista com especialização em Gestão de Mídias Digitais. Atua como repórter nos portais de notícias Money Times e Seu Dinheiro.
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