Inpasa quer descentralizar oferta de etanol no Brasil, diz vice-presidente

A produtora de etanol Inpasa vai se concentrar em impulsionar a demanda em regiões como o Norte e o Nordeste do Brasil, à medida que busca descentralizar a oferta do biocombustível, disse o vice-presidente de trading da empresa, Gustavo Mariano Oliveira.
Embora o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar tenha dominado por muito tempo a produção e o uso de biocombustíveis na região Sudeste mais desenvolvida do Brasil, inclusive no principal Estado consumidor de combustível, São Paulo, a Inpasa produz principalmente etanol a partir do milho na região central do Brasil.
O milho está impulsionando o aumento da produção de etanol, mesmo com a estagnação do crescimento do combustível à base de cana-de-açúcar. De acordo com o governo brasileiro, espera-se que o etanol à base de milho cresça mais de 60% entre 2025 e 2035, atingindo 16,3 bilhões de litros.
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“É justamente a gente conseguir descentralizar os polos de oferta de etanol no Brasil e conseguir trazer o máximo de biocombustível para dentro do ciclo Otto, que é o ciclo de consumo para motores leves no Brasil”, disse Oliveira em uma entrevista na terça-feira.
No final do mês passado, a Inpasa disse que se uniria ao grupo agrícola Amaggi, um dos principais processadores e exportadores de grãos do Brasil, para construir pelo menos três usinas de etanol de milho no Estado do Mato Grosso.
No entanto, a Inpasa não está contando apenas com o milho para expandir o etanol no Norte e Nordeste do Brasil, disse Oliveira, acrescentando que o sorgo já está sendo usado pela empresa.
A natureza mais resistente do sorgo o torna uma alternativa adequada em regiões com maiores flutuações climáticas, acrescentou.
“É uma ideia complementar, principalmente baseada em regiões onde você tem uma diversidade climática diferente da estabilidade climática que você tem no Centro-Oeste brasileiro”, disse ele.
As operações da Inpasa no Paraguai, onde começou com a produção de etanol de milho, conseguiram economizar 92% de gases de efeito estufa, tornando seu etanol uma opção atraente para compradores que buscam opções de combustível mais ecológicas, disse Oliveira.
“Eu acredito sim que nós vamos exportar bastante etanol aqui do Brasil, não só de milho, mas de cana também. O etanol sul-americano deve estar cada vez mais em voga nos outros mercados mundiais.”