Economia

Com inflação ‘espalhada’ e serviços em alta, analistas projetam IPCA acima do teto de tolerância da meta em 2025

25 fev 2025, 14:08 - atualizado em 25 fev 2025, 14:08
IPCA-15, Economia, Brasil, IBGE, Inflação
O IPCA-15 subiu 1,23% em fevereiro e acumula alta de 4,96% em um ano (Imagem: Getty Images Signature/Canva)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 1,23% em fevereiro, indicando uma aceleração em relação à alta de 0,11% apurada em janeiro.

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Agora, a prévia da inflação oficial acumula alta de 4,96% em doze meses, e segue acima do teto de tolerância da meta perseguida pelo Banco Central em 2024. O alvo é 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para baixo ou para cima.

Para Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, apesar de abaixo do esperado, o índice deste mês ficou muito elevado. Qualitativamente, algumas coisas ainda chamam a atenção, e geram um pouco de preocupação ao mercado.

Isso porque a difusão, que consiste no número de itens monitorados que subiram de preço, ainda em patamar elevado e os núcleos em desaceleração levam a crer que ‘teremos mais um ano de inflação rompendo o teto da aceitação do BC’.

“Ainda teremos um ano ruim de inflação e, no comparativo, devemos ter uma aceleração. Isso, claro, gera preocupação no governo. Se a gente quebrar o dado, a evolução do preço do café é realmente impressionante”, aponta.

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Mario Mesquita e Luciana Rabelo, economistas do Itaú BBA, destacam que as passagens aéreas foram uma surpresa de baixa dentro do IPCA-15, em tendência oposta ao que ocorreu em janeiro. Por outro lado, a linha de serviços veio em linha com a expectativa, indicador qualitativamente ruim para a inflação.

A alta no item Habitação se deve à reversão do bônus Itaipu, concedido em janeiro. O custo da energia elétrica residencial avançou 16,33% em fevereiro, após recuar 15,46% em janeiro.

Sobre o índice de difusão, que mede o tamanho do processo inflacionário, André Valério, economista sênior do Inter, destaca um recuo na margem, de 69% para 65%, o que pode ser uma sinalização positiva, segundo ele.

“O resultado ruim de fevereiro já era amplamente esperado devido às particularidades do mês. De toda forma, a desaceleração, mesmo que na margem, dos principais indicadores sugere que a piora recente da inflação possa ter vida curta”, diz.

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Para Valério, em termos de política monetária, o resultado do IPCA-15 deve ter pouca influência, com a alta de 100 pontos-base em março já antecipada pelo Copom. A incerteza reside nos próximos passos a partir da reunião de maio, quando os dados de atividade deverão ter maior importância do que os de inflação.

“Nos últimos meses, nota-se o início de uma deterioração do ritmo da atividade econômica. Se essa tendência persistir, o Copom poderá encerrar o ciclo de alta com uma Selic terminal abaixo do esperado”, diz. “No cenário de hoje, antecipamos que o ciclo termine na reunião de maio, com a Selic em 14,75%. Mas não se descarta a possibilidade de a última alta ser na reunião de março, a depender da evolução dos dados de atividade”, completa.

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Estagiária
Estudante de jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, tem habilidades em edição de imagens e vídeos além da paixão pelo meio de comunicações.
vitoria.pitanga@moneytimes.com.br
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