IPCA-15 de novembro volta à meta, mas sem novas mensagens – BC não deve mudar estratégia
A prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) de novembro voltou ao intervalo da meta de tolerância perseguida pelo Banco Central, ao recuar para 4,50% em 12 meses, mas, segundo a XP Investimentos, não alterou a leitura já conhecida sobre o processo de desinflação.
A casa destaca que “a abertura do IPCA-15 de novembro não trouxe novas mensagens”, reforçando que a desaceleração continua concentrada na queda dos preços de alimentos e bens industrializados.
No mês, o índice avançou 0,20%, ligeiramente acima da mediana das projeções coletadas pelo Broadcast. Os preços foram impulsionadsos principalmente por serviços como passagens aéreas — que subiram 11,8% —, hospedagem e alimentação fora do domicílio.
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Já bens industriais recuaram 0,06%, com nova queda nos duráveis, e alimentos no domicílio tiveram retração de 0,15%, puxados por arroz, frutas e leite. Gasolina (-0,48%) e energia elétrica (-0,38%) também ajudaram a suavizar a leitura.
A XP observa, ainda, leve melhora nos núcleos de inflação: a média avançou 0,27%, abaixo do esperado, e a métrica trimestral anualizada caiu para 3,4%. Mesmo assim, os serviços seguem em patamar desconfortável, especialmente aqueles intensivos em mão de obra, que aceleraram para o maior nível desde março.
Em linha, o C6 Bank pondera que os preços de serviços subjacentes continuam pressionados, com alta de 6,2% em 12 meses. Segundo a equipe do banco, o cenário permanece desafiador, apesar da melhora vinda de bens industriais e alimentos, beneficiados pela desvalorização do dólar frente ao real.
O C6 também destacou quedas em gasolina e energia elétrica, alinhadas ao alívio observado pela XP.
Tanto a XP quanto o C6 esperam que o IPCA feche o ano de 2025 em 4,50%.
Para a política monetária, os economistas de ambas as casas não veem motivo para mudanças na estratégia do Banco Central. A expectativa é de que a taxa Selic deve ser mantida em 15% neste ano, com cortes apenas em 2026.