Taxa Selic

IPCA-15 e Focus batem martelo para corte da Selic na semana que vem; veja de quanto deve ser a redução

25 jul 2023, 16:08 - atualizado em 25 jul 2023, 16:13
Banco Central, Copom, Selic
IPCA-15 e Focus sacramentam corte da Selic na próxima semana, diz economista (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O mercado foi surpreendido com uma deflação de -0,07% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), ante projeção de -0,03%. A desaceleração do índice, junto ao relatório Focus, batem o martelo para o corte da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) semana que vem, avalia o economista André Perfeito.

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O economista ainda cogita um cenário de corte de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros, e um patamar de 11,75% ao final deste ano.

A questão na mesa, segundo Perfeito, não são os juros de curto prazo, mas, sim, os de longo prazo — que podem subir a despeito da queda na Selic. “Não acho de forma alguma que será um movimento abrupto a correção dos preços dos títulos longos, mas me parece que o mercado irá ‘achar uma desculpa’ para subir um pouco os longos. Essa desculpa pode ser a defasagem dos preços da gasolina”, diz.

“A batalha pelo curto prazo foi ganha pelo governo junto ao Banco Central, cabe agora ganharem o longo prazo através do comunicado da Selic e nesse caso a responsabilidade é do Banco em argumentar a trajetória da inflação brasileira”, afirma.

O economista ressalta que o IPCA-15 teve uma melhora qualitativa, com retrocesso nos núcleos e, em especial, em serviços subjacentes. “Este era um dos temas que mais tiravam o sono do mercado, mas que por ora sai da mesa dos economistas na Faria Lima”, avalia.

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Já em relação ao Focus, os economistas ouvidos pelo Banco Central retomaram a melhora para as projeções de 2023, com a inflação recuando de 4,95% para 4,90% e o IGP-M caindo de -2,69% para -2,92%. Além disso, o IPCA projetado para 2024 caiu de 3,92% para 3,90%.

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O IPCA-15

O principal impacto negativo para o resultado do IPCA-15 em julho veio da retração nos preços da energia elétrica residencial (-3,45%), após a incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas de julho.

Além da energia elétrica residencial (-3,45%), a queda nos preços do botijão de gás (-2,10%) também influenciou a retração do grupo Habitação (-0,94%), um dos que mais impactaram o índice geral. Já a taxa de água de esgoto (0,20%) está entre os itens que subiram.

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A alta foi consequência dos reajustes realizados em três áreas: de 8,33% em Belém (3,18%), a partir de 28 de maio; de 3,45% em uma das concessionárias em Porto Alegre (0,77%), a partir de 1º de julho; e de 8,20% em Curitiba (0,25%), a partir de 17 de maio.

Entre os grupos analisados pela pesquisa, a outra maior influência sobre o índice geral veio de alimentação e bebidas (-0,40%). Entre os alimentos com preços em queda, destacam-se o feijão-carioca (-10,20%), o óleo de soja (-6,14%), o leite longa vida (-2,50%) e as carnes (-2,42%). Por outro lado, a batata-inglesa (10,25%) e o alho (3,74%) ficaram mais caros neste mês.

*Com informações da Agência IBGE

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.