Economia

IPCA-15: Energia ajuda e inflação recua após 2 anos, mas composição preocupa economistas

26 ago 2025, 16:10 - atualizado em 26 ago 2025, 16:10
IPCA-15 inflação
IPCA-15 recuou 0,14% em agosto. (Imagem: Gadini/pixabay)

A prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) registrou, em agosto, a primeira deflação desde julho de 2023, mas a composição foi desfavorável, afirmam economistas. A inflação recuou 0,14% no mês e acumulou alta de 4,95% em 12 meses.

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A leitura foi marcada pelo pagamento do bônus de Itaipu e pela ativação da bandeira vermelha 2 nas tarifas de energia — o subitem recuou 4,93%. Alimentação e bebidas (-0,53%) e transportes (-0,47%) também registraram quedas expressivas.

A principal surpresa de alta, por outro lado, veio dos núcleos, disseminada entre os componentes.

Os economistas do Santander, Adriano Valladão e Matheus Chaves, afirmam que os serviços subjacentes vieram piores do que a projeção, que já estava acima da tendência.

“Em nossa prévia do IPCA-15, destacamos que nossas estimativas para serviços e serviços intensivos em mão de obra estavam acima das últimas leituras em termos dessazonalizados. O resultado não só superou essa tendência, como também nos surpreendeu para cima”, dizem.

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Os serviços subjacentes aceleraram para 5,8% no trimestre móvel anualizado. Nas métricas de serviços do Banco Central, todas voltaram a subir: serviços inerciais avançaram para 6,4%, serviços sensíveis ao hiato subiram para 6,4% e serviços intensivos em mão de obra para 5,8%.

Além disso, em termos qualitativos, houve um solavanco no processo de desinflação. Os bens industriais subjacentes subiram para 3,2% no trimestre móvel anualizado.

Em linha, o economista da XP Investimentos, Alexandre Maluf, vê espaço limitado para a inflação de serviços convergir para a meta, dado que o mercado de trabalho segue apertado e os salários continuam crescendo de forma sólida.

Já os preços de bens industriais ficaram estáveis e deve seguir em patamar moderado ao longo do segundo semestre. “A recente dinâmica benigna do câmbio se refletiu em leituras fracas para a inflação de bens industriais nos últimos meses.”

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“A abertura do IPCA-15 de agosto apresentou deterioração na margem, com reaceleração da inflação de serviços subjacentes. Nesse sentido, prevaleceram os fundamentos: a valorização cambial foi refletida em melhora da inflação de bens, enquanto o mercado de trabalho apertado limita a desinflação de serviços”.

A projeção do Santander para a inflação em 2025 é de 4,9%, enquanto a XP estima o IPCA em 4,8% no encerramento do ano.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.