Inflação deve voltar a ganhar força com retorno de vilão no radar; veja o que esperar do IPCA-15

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação brasileira, deve acelerar em setembro, puxado principalmente pela alta nas tarifas de energia elétrica. O indicador será divulgado nessa quinta-feira (25), às 9h (horário de Brasília).
A projeção é de alta de 0,51% no mês e de 5,35% em 12 meses, segundo a mediana das projeções coletadas pelo Broadcast. Em agosto, o IPCA-15 recuou 0,14%, registrando a primeira deflação em mais de dois anos.
A Warren — que projeta alta mensal de 0,54% no indicador e anual de 5,38% — destaca que o grupo de habitação deve subir quase 12% após a queda de agosto, em razão da devolução do bônus de Itaipu e da manutenção da bandeira tarifária vermelha 2.
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A casa também prevê pressões em transportes, com alta de passagens aéreas (+2%), táxi (+4,5%) e aplicativos de transporte (+3%). A gasolina, porém, deve seguir em queda, ainda que de forma menos intensa.
Por outro lado, o grupo de alimentação no domicílio deve continuar em deflação, puxado por arroz, feijão e produtos in natura.
Nos bens industriais, a expectativa é de alta do preços em eletroeletrônicos, revertendo a queda anterior, enquanto higiene pessoal deve aliviar o índice.
Já os serviços devem desacelerar para 0,29%, com destaque para a moderação em alimentação fora do domicílio e despesas pessoais. Para a Warren, o IPCA-15 de setembro deve ser marcado por núcleos moderados e comportamento benigno no geral, embora persistam riscos vindos de itens voláteis, como alimentos e passagens aéreas.
O Daycoval — que estima avanço de 0,57% no IPCA-15 — tem leitura semelhante e também atribui à energia elétrica a principal pressão do período, diante do fim dos descontos do bônus de Itaipu. O banco, contudo, considera esse movimento temporário.
O comportamento dos serviços ainda preocupa: mesmo após sinais recentes de arrefecimento, eles permanecem elevados e devem manter a Selic em 15% até o fim do próximo ano.
Na composição do índice, o banco também projeta continuidade da deflação de alimentos no domicílio, com quedas em carnes, arroz, feijão, ovos, aves, pescados, frutas e hortaliças.
Bens industriais devem registrar alta moderada, sobretudo em vestuário, enquanto os serviços devem refletir a retomada das passagens aéreas e o fim dos descontos da semana do cinema.
A Warren projeta que a inflação feche 2025 em 4,66%, enquanto o Daycoval vê o indicador em 4,9% ao final do ano.