Economia

IPCA de janeiro vem acima do esperado e frustra mercado; veja o que esperar para 2024

08 fev 2024, 12:29 - atualizado em 08 fev 2024, 12:29
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IPCA, inflação oficial do Brasil, subiu 0,42% em janeiro e 4,51% nos últimos 12 meses (Imagem: Getty Images/Canva)

A inflação do país iniciou 2024 registrando 0,14 ponto percentual abaixo da taxa de dezembro (0,56%), o que, ainda assim, veio acima das expectativas dos analistas.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,42% em janeiro e 4,51% no ano.

Dos nove grupos do IPCA, sete registraram alta em janeiro, com destaque para alimentação e bebidas — que registrou a maior variação (1,38%) e o maior impacto (0,29 p.p.).

Para Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, a alta nesse setor reflete a expectativa de um clima melhor para a safra de alimentos.

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IPCA desacelera, mas desanima mercado

Vindo acima do esperado, a composição de altas e baixas do mesmo também não foi animadora. Segundo Lais Costa, analista da Empiricus Research, o aumento dos preços de serviços subjacentes — grupo bastante relevante para a política monetária —, continua pressionando o índice, muito embora bastante concentrado em serviços bancários.

“Vale também mencionar a alta dos itens de higiene pessoal que surpreenderam para cima. No geral, é possível afirmar que houve uma piora inflacionária doméstica”, diz.

O economista e mestre em Economia Política pela PUC/SP, André Perfeito, aponta que “houve piora qualitativa do índice”, e os núcleos apresentam certa aceleração, com a dispersão mantendo-se em patamar elevado.

Na visão de Andre Fernandes, sócio da A7 Capital, a alta no setor de transportes “tem a ver com aumentos nas passagens de ônibus, além de hospedagens, que eventualmente os preços são maiores nessa época de início de ano”.

O que esperar da Selic para 2024?

É esperado pela analista Lais Costa que, após o aumento da preocupação em relação à inflação de salários, visto na última ata do Copom, a comunicação continue nessa linha, mantendo o tom mais duro e cauteloso em falas dos diretores. Em relação aos juros, são esperadas reduções de 50 pontos-base na Selic no primeiro semestre deste ano.

Em publicação em sua rede social no X, André Perfeito reitera o cenário em 9,75% ao fim do ciclo: “Se, de um lado, o indicador cheio do IPCA tende a ficar relativamente estável, por outro, como já argumentei algumas vezes, a dinâmica do mercado de trabalho tende a pressionar serviços, algo que tanto o BCB quanto a Faria Lima olham com atenção.”

“No final das contas, quem esperava que esse IPCA de janeiro chancelasse uma eventual aceleração do corte de juro para a próxima reunião acabou se frustrando”, aponta Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. “Avaliamos que, apesar de ruim, não se trata de um dado que irá alterar o plano de voo do Copom.”

O economista Andre Fernandes enxerga uma postura mais conservadora por parte do Banco Central, apesar da inflação estar convergindo para a meta.

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Estagiária
Estudante de jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, tem habilidades em edição de imagens e vídeos além da paixão pelo meio de comunicações. Estuda inglês e está em busca da fluência.
vitoria.pitanga@moneytimes.com.br
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