IPCA: Preços têm deflação de 0,11% em agosto

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, caiu 0,11% no mês de agosto.
Essa é a primeira deflação em um ano — a última havia sido em agosto de 2024, quando o índice recuou 0,02%. Além disso, trata-se da maior queda desde setembro de 2022, quando a baixa foi de 0,29%.
A expectativa era de que o IPCA recuasse 0,16% no nono mês de 2025, segundo a mediana das projeções coletadas pelo BroadCast.
A variação e o impacto negativo mais intensos vieram da habitação (-0,90% e -0,14 ponto), devido à queda na energia elétrica residencial (-4,21%). Os grupos de alimentação e bebidas (-0,46% e -0,10 ponto) e transportes (-0,27% e -0,06 ponto) também recuaram no mês.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (10), a inflação soma alta de 3,15% no ano de 2025.
Já em 12 meses, o acumulado é de 5,13%. A estimativa do mercado era de um recuo para 5,09%.
Apesar da deflação, o IPCA segue acima da meta perseguida pelo Banco Central, de 3% com tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo.
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Os grupos do IPCA
A habitação saiu de um aumento de 0,91% no mês de julho para uma queda de 0,90% em agosto.
O grupo foi influenciado pela energia elétrica (-4,21% e -0,17 ponto), que incorporou o Bônus de Itaipu, apesar da bandeira tarifária vermelha patamar 2 estar em vigor. A energia sofreu, ainda, uma série de reajustes tarifários.
Já alimentação e bebidas (-0,46%), grupo de maior peso no IPCA, teve deflação pelo terceiro mês consecutivo (-0,18% em junho e -0,27 em julho).
A queda de agosto foi influenciada pela alimentação no domicílio, com -0,83%. Destacam-se as reduções no tomate (-13,39%), batata-inglesa (-8,59%), cebola (-8,69%), arroz (-2,61%) e café moído (-2,17%).
A alimentação fora do domicílio, por sua vez, desacelerou para 0,50%. O subitem lanche passou de 1,90% em julho para 0,83% em agosto, e a refeição foi de 0,44% para 0,35%.
Os transportes recuaram 0,27% no mês. O resultado reflete a queda nas passagens aéreas (-2,44%) e nos combustíveis (-0,89%). A gasolina (-0,94%), o etanol (-0,82%) e o gás veicular (-1,27%) caíram, enquanto o óleo diesel subiu (0,16%).
Pelo lado das altas, o grupo educação variou 0,75%, com a incorporação de reajustes nos cursos regulares (0,80%), principalmente por conta dos subitens ensino superior (1,26%) e ensino fundamental (0,65%). A alta dos cursos diversos (0,91%) foi influenciada pelos cursos de idiomas (1,87%).
No vestuário (0,72%), destacam-se as altas na roupa masculina (0,93%) e nos calçados e acessórios (0,69%).
Em saúde e cuidados pessoais (0,54%), sobressaem os avanços nos itens de higiene pessoal (0,80%) e no plano de saúde (0,50%).
Despesas pessoais (0,40%) apropriou, além do reajuste nos jogos de azar (3,60%), a queda de 4,02% no subitem cinema, teatro e concertos, em razão da semana do cinema.
No agregado especial de serviços, o IPCA foi de 0,39% em agosto, e o agregado de preços monitorados pelo governo caiu 0,61%, segundo dados do IBGE.