IPCA: Inflação desacelera alta para 0,24% em junho

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, subiu 0,24% em junho — uma desaceleração em relação à alta de 0,26% apurada em maio.
O resultado foi influenciado, principalmente, pela energia elétrica residencial, que, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1, registrou aumento de 2,96% no mês, sendo o subitem de maior impacto individual no índice (0,12 p.p.).
O indicador veio acima das projeções do mercado, que apontavam para um avanço de 0,23%, segundo o último Relatório Focus.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (10), o IPCA soma alta de 2,99% no ano. Já em 12 meses, o acumulado é de 5,35%.
Ainda assim, a inflação segue acima da meta perseguida pelo Banco Central, de 3% com tolerância de 1,5 p.p. para cima ou para baixo.
Os grupos do IPCA
Além da energia elétrica, o grupo de habitação (0,99%) foi, ainda, influenciado pela alta na taxa de água e esgoto (0,59%). No mês, o grupo contribuiu com 0,15 ponto percentual (p.p.) para o índice geral.
Por outro lado, alimentação e bebidas registrou a primeira queda (-0,18%) em nove meses, contribuindo com -0,04 p.p. na taxa geral. O grupo foi influenciado pela alimentação no domicílio, que saiu de 0,02% em maio para -0,43% em junho, com quedas no ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%). No lado das altas, destaca-se o tomate (3,25%).
Já a alimentação fora do domicílio desacelerou para 0,46% em junho, frente aos 0,58% de maio. O subitem lanche passou de 0,51% em maio para 0,58% em junho, e a refeição, por sua vez, saiu de 0,64% em maio para 0,41% em junho.
A queda em alimentação e bebidas se reflete no índice de difusão do mês de junho, ou seja, no percentual de subitens que tiveram resultado positivo, que passou de 60% em maio para 54% em junho. Entre os alimentícios, o índice caiu de 60% para 46% e entre os não alimentícios, manteve-se a taxa de 60%.
O grupo dos transportes também teve contribuição positiva relevante no mês (0,05 p.p.), aumentando 0,27% após recuo de 0,37% em maio. Mesmo com a queda dos combustíveis (-0,42%), as variações no transporte por aplicativo (13,77%) e no conserto de automóvel (1,03%) impulsionaram a alta.
No vestuário (0,75%), que contribuiu com 0,04 p.p. em junho, destacam-se as altas na roupa masculina (1,03%), nos calçados e acessórios (0,92%) e na roupa feminina (0,44%).
As demais variações e impactos no IPCA de junho foram: saúde e cuidados pessoais (0,07% e 0,01 p.p.); despesas pessoais (0,23% e 0,02 p.p.); comunicação (0,11% e 0,01 p.p.); educação (0,00% e 0,00 p.p.); e artigos de residência (0,08% e 0,00 p.p.).
No agregado especial de serviços, o IPCA acelerou de 0,18% em maio para 0,40% em junho, e o agregado de preços monitorados, ou seja, controlados pelo governo, desacelerou de 0,70% para 0,60%.