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IPO da Mater Dei: vale a pena comprar as ações?

12 abr 2021, 12:30 - atualizado em 12 abr 2021, 12:35
Mater Dei
A estreia da Mater Dei na Bolsa está prevista para acontecer nesta semana (Imagem: Facebook/Rede Mater Dei de Saúde)

Com previsão para estrear na B3 (B3SA3) nesta semana, a Mater Dei (MATD3) destaca-se como líder de mercado em Minas Gerais. A companhia é considerada a maior rede de hospitais do estado, detendo 18% do total de leitos privados na região metropolitana de Belo Horizonte, onde possui três unidades.

Até o fim do ano passado, a Mater Dei possuía 1.081 leitos hospitalares (541 operacionais e 541 construídos, mas ainda não operacionais) distribuídos entre seus hospitais Mater Dei Santo Agostinho, Mater Dei Contorno e Mater Dei Betim-Contagem. Sua quarta unidade está sendo construída na cidade de Salvador, Bahia, com capacidade para 367 leitos hospitalares e um centro médico com mais de 10 mil m² de área construída. Com isso, a empresa mostra que está em expansão, entrando em mercados ainda não explorados (no caso, o Nordeste).

Mas vale a pena comprar as ações? A Levante chegou à conclusão de que não é bom entrar na oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da Mater Dei.

O motivo principal diz respeito ao tamanho da empresa. Mesmo tendo um modelo de negócios bem estruturado, com ecossistema integrado, boa gestão e elevados níveis de performance dos serviços, a Mater Dei ainda é uma empresa de atuação regional.

“Sem uma forte presença nacional como a Rede D’Or (RDOR3) e Hapvida (HAPV3)/NotreDame Intermédica (GNDI3), seus múltiplos podem ser considerados elevados no preço pretendido na oferta”, disse a Levante. Na faixa de preço da oferta de R$ 21,80 a R$ 26,20, o valor de mercado da Mater Dei ficará entre R$ 7,7 bilhões e R$ 9,3 bilhões.

Hospital Mater Dei
Segundo a Levante, a oferta da Mater Dei deveria vir com um desconto maior em relação às ações da Rede D’Or e Hapvida/Intermédica (Imagem: YouTube/Rede Mater Dei de Saúde)

Segundo a Levante, existe ainda um alto risco de execução da estratégia de crescimento da Mater Dei, que pretende destinar 80% dos recursos levantados no IPO para aquisições.

“A companhia não tem experiência em M&A (fusões e aquisições). Dessa forma, a oferta deveria vir com um desconto maior em relação às ações da Rede D’Or e Hapvida/Intermédica em termos de múltiplos EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda)”, reforçou.

A Mater Dei também deve enfrentar uma concorrência maior no seu principal mercado de atuação, que é Belo Horizonte. Todos os players têm operação verticalizada e 60% das empresas operadoras de planos de saúde não são clientes da companhia.

O período de reservas para investidores não institucionais comprarem as ações da Mater Dei termina nesta terça-feira.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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