Oferta de ações

IPOs: Ibovespa acima dos 130 mil pontos destravaria ofertas de ações, dizem gestores

10 set 2023, 12:22 - atualizado em 10 set 2023, 12:22
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Janela fechada: gestores esperam alta consistente do Ibovespa para participarem de IPOs (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Uma nova temporada de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) só deve ser aberta, quando o Ibovespa superar os 130 mil pontos. Na prática, isso significa que o principal índice da Bolsa ainda precisa subir (e sustentar) uma alta de 12,76% em relação ao fechamento de sexta-feira (8), para que os IPOs retornem.

Essa é a conclusão de uma reportagem do Estadão Conteúdo, que ouviu gestores de fundos de ações. O problema é que ninguém tem certeza de que o Ibovespa ultrapasse esse patamar ainda neste ano. O próprio mercado não se entende sobre a alta potencial do índice no curto prazo.

  • De olho no curto prazo, a Empiricus Research excluiu as ações do Magazine Luiza de sua carteira mensal. No lugar, a casa de análise optou por incluir a rival que engata movimento contrário à fase ruim de muitos players do setor de varejo. Saiba mais aqui.

Os mais otimistas, como a XP Investimentos, estimam que o benchmark da Bolsa brasileira encerre o ano em 133 mil pontos, puxado pela queda da taxa básica de juros, a Selic. A gestora vai além, e já projeta um estirão até os 145 mil ou 155 mil pontos no ano que vem.

Outros, mais pessimistas, veem uma pequena valorização do Ibovespa no restante de 2023. É o caso do Banco Inter, que estima uma alta até os 118 mil pontos até dezembro. Para os analistas do Inter, o maior obstáculo para uma aceleração da Bolsa é a pressão sobre as commodities, como minério de ferro e petróleo, em função da desaceleração da economia chinesa.

Como se sabe, as commodities têm grande peso no Ibovespa, representadas pelas ações da Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), as empresas com maior participação no índice.

Ibovespa e IPOs: Por que alta é necessária?

Segundo o Estadão Conteúdo, a preocupação dos gestores com uma alta consistente da Bolsa, capaz de sustentá-la acima dos 130 mil pontos, é baseada principalmente em três pontos.

O primeiro é incentivar os acionistas controladores de candidatas a IPOs a venderem pedaços de suas empresas por preços atrativos. Afinal, nenhum empresário gostaria de vender parte de seu negócio por um preço baixo – e a alta do Ibovespa seria um sinal de que o mercado estaria disposto a pagar um valor justo pelas ações.

O segundo motivo é que um nível maior da Bolsa facilitaria o valuation, isto é, a precificação dos futuros IPOs. Diante das constantes quedas dos últimos meses, os gestores têm dificuldade para comparar estreantes sem histórico de negociações com veteranas do mercado – já que as veteranas estão apanhando por toda a conjuntura.

Por fim, a alta do índice seria um sinal de que os investidores voltaram para a renda variável, depois de se refugiarem na renda fixa anabolizada pelos juros altos. E, quando se fala de investidores de IPOs, os mais esperados são os estrangeiros, que costumam comprar a maioria das ações nessas operações.

O Estadão Conteúdo lembra que, apenas em agosto, o saldo líquido (compras menos vendas) dos estrangeiros na Bolsa brasileira ficou negativo em R$ 13 bilhões.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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