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Isa Energia (ISAE4): CFO fala da alta da alavancagem e de dividendos

08 out 2025, 16:02 - atualizado em 08 out 2025, 17:37
ISA Energia
Segundo a CFO, Silvia Wada, o aumento da dívida está relacionado à necessidade de fortalecer a estrutura de capital (Imagem: Divulgação/Lola Tachibana)

A Isa Energia (ISAE4) — antiga Isa Cteep — passa por um período de aumento da alavancagem, o que tem gerado dúvidas entre investidores.

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O avanço das dívidas pode indicar maior aperto financeiro, mas a administração afirma que o movimento é planejado e estratégico.

Desde 2020, a alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda subiu de 1 vez para cerca de 3 vezes atualmente.

A expectativa é que esse número chegue a 4 vezes até o fim de 2028, antes de iniciar um processo gradual de desalavancagem.

Investimentos de longo prazo

Segundo a CFO, Silvia Wada, o aumento da dívida tem um fim nobre: necessidade de fortalecer a estrutura de capital e ampliar a diversificação de receitas.

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“De fato, a alavancagem vem subindo, mas partimos de um nível subótimo antes de 2020, quando o volume de investimentos era bem menor”, afirmou durante o Dia do Investidor.

A executiva explicou que o movimento busca garantir que, com o fim da RBSE (Remuneração Base de Sazonalidade de Energia) financeira em 2028, a empresa não reduza de tamanho.

Esses investimentos são considerados essenciais para assegurar novas fontes de receita e perenidade dos fluxos de caixa no longo prazo.

O CEO Ruy Chamas destacou que a estratégia é evitar renovações concentradas de contratos, o que poderia gerar uma “parede” de vencimentos simultâneos, e manter a sustentabilidade do portfólio até 2040.

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“Queremos uma estrutura de vencimentos equilibrada, com previsibilidade e segurança para o investidor”, disse o executivo.

A Isa Energia possui contratos com prazo médio de 21 anos, enquanto concorrentes como a Taesa (TAEE11) têm concessões com média de 14 anos, algumas delas vencendo já a partir de 2030.

E os dividendos?

Outro ponto de atenção de investidores, os dividendos continuam sendo um dos principais atrativos do papel. Atualmente, o payout (percentual do lucro distribuído aos acionistas) é de 75%, com dividend yield estimado acima de 10%, segundo cálculos da Nord Research.

Do outro lado da mesa, a empresa segue ainda com um plano de R$ 7,3 bilhões em aportes para concluir os cinco projetos de transmissão de energia de sua carteira que estão em construção e devem entrar em operação até 2029.

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Além disso, para os próximos cinco anos, a transmissora planeja manter um patamar de cerca de R$ 1,5 bilhão em investimentos anuais em trocas de equipamentos para modernizar ou aumentar a capacidade dos ativos de transmissão, principalmente na concessão paulista, principal contrato de seu portfólio.

Questionada se o aumento dos investimentos pode reduzir o retorno de dividendos, a CFO afirmou que a empresa busca equilíbrio entre retorno e crescimento sustentável.

“Não trabalhamos com uma meta fixa de yield anual, e sim com o objetivo de gerar valor de forma contínua”, disse Silvia Wada.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.