Itaú BBA corta preços-alvo de Prio (PRIO3), Brava (BRAV3) e PetroReconcavo (RECV3); veja o que esperar de 2026
O Itaú BBA revisou para baixo nesta semana os preços-alvo de Prio (PRIO3), Brava Energia (BRAV3) e PetroReconcavo (RECV3), após a temporada de resultados do terceiro trimestre.
O banco também reduziu sua projeção de longo prazo para o petróleo Brent, de US$ 65 para US$ 60 por barril, citando maior incerteza no mercado global e um consenso mais negativo para preços.
O Itaú BBA aponta que o mercado tem a influência de dois vetores contrapostos: a Opep deve continuar devolvendo oferta ao mercado — totalizando 2,6 milhões de barris por dia até o quarto trimestre de 2025 — enquanto a demanda global segue resiliente.
Os analistas da instituição falam em necessidade de eficiência operacional e disciplina de capex das petroleiras independentes, com Prio melhor posicionada para atravessar 2026 com geração de caixa robusta, PetroReconcavo enfrentando limitações de crescimento e Brava em fase de ajustes operacionais e desalavancagem.
Prio permanece como preferida
O Itaú BBA manteve recomendação outperform para Prio e reduziu o preço-alvo para R$ 50 por ação ao fim de 2026 (ante R$ 62 no fim de 2025).
A estimativa de produção permanece em 187 kbpd em 2026, 204 kbpd em 2027 e 200 kbpd em 2028, considerando o início da produção de Wahoo em abril de 2026 e o fechamento da aquisição do restante de Peregrino em junho.
Segundo o BBA, a Prio seguirá como forte geradora de caixa, com FCFE yield de 17% em 2026. O breakeven de aproximadamente US$ 51/barril reforça a resiliência da companhia diante de preços menores.
Brava Energia: desalavancagem segue como pilar
O Itaú BBA também manteve recomendação outperform para Brava Energia, embora tenha reduzido o valor justo de R$ 28 para R$ 17 por ação ao fim de 2026. As estimativas de produção foram ajustadas para 89 kboed em 2026 e 95 kboed em 2027, após problemas no comissionamento do FPSO Atlanta.
Apesar disso, o banco reconhece avanços na eficiência operacional: a produção chegou a 92 kboed no terceiro trimestre (+78% em um ano) e o lifting cost caiu para US$ 15,7/boe (-22%).
A desalavancagem continua sendo um pilar importante para a tese, o que sustenta a recomendação positiva no médio prazo, disse o banco.
Por outro lado, o curto prazo permanece desafiador, em razão do crescimento limitado até a conclusão das campanhas de perfuração offshore, dos impactos da redução do capex onshore e da evolução dos níveis de BSW nos poços de Atlanta, acrescentou.
Em 2026, Brava deve negociar a FCFE yield de 9% e EV/Ebitda de 3,4x.
PetroReconcavo: baixa visibilidade
A recomendação para PetroReconcavo foi mantida em market perform, com preço-alvo atualizado para R$ 13 por ação ao fim de 2026 (ante R$ 16,5 para 2025).
O Itaú BBA reduziu as projeções de produção para 27 kboed em 2026, 26 kboed em 2027 e 27 kboed em 2028, refletindo expectativas mais conservadoras para o ativo da Bahia, que vem entregando desempenho abaixo do esperado.
O banco destaca a execução acelerada de capex — o acumulado até o terceiro trimestre atingiu 104% do plano anual baseado em 2P — e a baixa visibilidade para crescimento no curto prazo. A ação negocia a um FCFE yield de 11% para 2026 e EV/Ebitda de 3,7x.