Itaú BBA corta R$ 14 do preço-alvo de Suzano (SUZB3) de olho na cotação da celulose; Klabin (KLBN11) também tem revisão
De olho na oferta da celulose, o Itaú BBA atualizou as estimativas para Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) após rodadas de conversas com investidores.
O banco cortou o preço-alvo de SUZB3 em R$ 12, de R$ 70 para R$ 58 no fim de 2026 – o que ainda representa um potencial de valorização de 21,2% nos próximos 13 meses.
Para KLBN11, o novo preço-alvo é de R$ 21 – o que implica em um potencial ganho de 18,5% sobre o preço de fechamento da última quarta-feira (26). A projeção anterior era de R$ 23.
As recomendações de compra foram mantidas para as duas companhias, e Suzano segue como a preferência (top pick) do setor.
Os analistas colocaram na conta os impactos dos movimentos recentes de verticalização na China e dos novos projetos de celulose esperados para o setor até 2030 e agora observam os preços de celulose com “mais cautela”.
“Nossa projeção para o período entre 2026 e 2028 ficou em US$ 270 por tonelada, ante US$ 620 por tonelada anteriormente”, escreveu a equipe liderada por Daniel Sasson, em relatório divulgado nesta quinta-feira (27).
Suzano: a top pick do setor
O Itaú BBA reiterou a preferência por SUZB3 no setor, com recomendação de compra, considerando o valuation da companhia atrativo, um potencial de valorização de cerca de 22% das ações até o fim de 2026 e um rendimento de dividendos de 2%.
Segundo os analistas, o principal motivo para a redução do preço-alvo em R$ 14 foi o menor nível esperado para os preços de celulose nos próximos anos.
A equipe de Daniel Sasson estima um resultado operacional, medido pelo Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização), de aproximadamente R$ 25 milhões em 2026, levemente abaixo da projeção anterior, de R$ 24,8 bilhões.
O banco ainda espera uma geração de fluxo de caixa livre (FCF) próxima de zero no próximo ano, incorporando o desembolso de R$ 9,4 bilhões para a compra de 51% na joint venture com a Kimberly Clark.
No ano, as ações SUZB3 recuam mais de 22%.
Klabin é compra
Assim como a Suzano, os analistas do Itaú BBA reduziram o preço-alvo das ações KLBN11 devido à expectativa de resultados mais fracos na divisão de celulose.
“Caso o cenário macroeconômico melhore, a empresa segue bem-posicionada em papel e embalagem”, avaliam os analistas.
Para o banco, Klabin continua a ser negociada com um valuation “atrativo”. Nas contas dos analistas, a companhia negocia a cerca de 6 vezes seu lucro operacional projetado (EV/Ebitda) para 2026, abaixo do múltiplo justo, entre 7 e 8 vezes EV/Ebitda.
Os analistas também destacam a trajetória de desalavancagem financeira, apoiada por geração de caixa resiliente e pelos negócios florestais anunciados em 2025 – com R$ 3,6 bilhões em desinvestimentos, sendo R$ 2,1 bilhões já recebidos e R$ 1,5 bilhão esperado no quarto trimestre de 2025 (4T25).
No ano, as ações KLBN11 acumulam queda de 20%.