Itaú BBA reduz projeção para o dólar com real mais forte, mas alerta para pressões fiscais; banco prega cautela com os juros
						O Itaú BBA, em relatório divulgado nesta sexta-feira (19), reduziu as estimativas para o dólar em 2025, de R$ 5,50 para R$ 5,35, em meio a um cenário externo mais favorável ao real.
Segundo os analistas, a expectativa de mais cortes de juros nos Estados Unidos, nas próximas reuniões do Federal Reserve (Fed) deve enfraquecer ainda mais o dólar globalmente e favorecer moedas emergentes.
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Para 2026, no entanto, a instituição manteve a projeção de R$ 5,50, citando a perspectiva de queda da Selic e a fragilidade das contas externas.
O BBA prega a necessidade de “cautela e perseverança” com a política monetária, com o objetivo de evitar cortes prematuros que comprometam a ancoragem das expectativas de inflação.
Segundo a análise, o Banco Central (BC) deve manter a Selic em 15% até o fim de 2025, com cortes apenas a partir do primeiro trimestre de 2026, levando a taxa para 12,75% ao fim do ano.
Em relação à atividade, o banco prevê crescimento de 2,2% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, com viés de baixa, e 1,5% em 2026, com viés de alta.
A projeção destaca que a economia já mostra sinais de desaceleração neste segundo semestre, reflexo da política monetária contracionista, ainda que o mercado de trabalho se mantenha resiliente — a taxa de desemprego foi revisada para 6,2% em 2025 e 6,5% em 2026.
A projeção para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou levemente, de 5,1% para 5,0% em 2025, beneficiada pelo câmbio mais apreciado, e foi mantida em 4,4% para 2026.
Já no fiscal, a projeção é de déficit primário de 0,6% do PIB em 2025 e 1,0% em 2026.
O banco alerta que o cumprimento da meta no próximo ano depende de receitas extraordinárias de cerca de R$ 92 bilhões, ainda incertas, e vê risco de fragilização das regras fiscais caso o governo adote medidas que ampliem gastos obrigatórios ou renúncias de receita.
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