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Itaú BBA retoma cobertura da Brava Energia (BRAV3) e projeta valorização de mais de 50% das ações

20 ago 2025, 11:34 - atualizado em 20 ago 2025, 11:34
Brava Energia
O Itaú BBA avalia que Brava Energia tem apresentando resultados sólidos nos últimos trimestres e destaca processo de desalavancagem. (Imagem: iStock/claffra)

O Itaú BBA retomou a cobertura das ações da Brava Energia (BRAV3) nesta quarta-feira (20) com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 28 no final de 2026 — o que representa um potencial de valorização de 50,2% sobre o preço de fechamento de ontem (19). 

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Hoje, BRAV3 opera em alta no Ibovespa (IBOV). Por volta de 11h (horário de Brasília), as ações subiam 1,07%, a R$ 18,84. Acompanhe o Tempo Real.



Em relatório, os analistas Monique Natal, Eric de Mello e Eduardo Mendes destacam que a Brava tem demonstrado um sólido progresso operacional nos últimos meses, marcado por uma melhor execução e ganhos significativos de eficiência. 

Eles observam que a produção alcançou 74 mil barris por dia (kbpd) em julho e que os custos de extração diminuíram para US$ 17,4 por barril de óleo equivalente (boe) no segundo trimestre de 2025, uma queda de 13% em relação ao trimestre anterior. Ao mesmo tempo, a empresa avançou em seus esforços de gerenciamento de passivos e reavaliou sua estratégia de alocação de capital.

A equipe vê a decisão estratégia da junior oil de concentrar os investimentos (capex) no desenvolvimento offshore como “positiva”. 

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“Desde a formação da Brava Energia, o plano estratégico da empresa tem como objetivo reduzir a complexidade operacional de seu portfólio, concentrando-se nos campos principais e capturando sinergias entre as duas empresas que se fundiram (3R e Enauta)”, escreveram os analistas. 

“A reavaliação do planejamento de investimentos (capex) emergiu como um pilar central, juntamente com a avaliação de possíveis alienações de ativos não essenciais e a busca pela desalavancagem financeira”, acrescentaram.

Para eles, essa postura aumenta a exposição a ativos de maior retorno e reforça o caminho da redução do nível de endividamento da empresa no curto prazo. 

Atlanta e Papa Terra

Os analistas do Itaú BBA também consideram que os campos de Atlanta e Papa Terra assumiram o “papel de liderança” no processo de desalavancagem da Brava Energia. 

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Os campos “tornaram-se os principais alvos para a alocação de capital no curto prazo, bem como pontos de referência para avaliar a direção da curva de produção de petróleo da Brava Energia”, diz o relatório.

Atualmente, a produção da Brava é de aproximadamente 91 mil barris de óleo equivalente por dia (kboed), com 81% provenientes de petróleo e 19% de gás. 

Juntos, os campos de Atlanta e Papa Terra contribuem com 46% da produção total e 54% da produção de petróleo, “destacando sua importância estratégica no foco em evolução da empresa”, destacaram os analistas. 

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O que esperar de Brava daqui para frente

A equipe de analistas estima que a produção da Brava atinja 88 mil boed em 2025, 92 mil boed em 2026 e 98 mil boed em 2027, com o início da operação de quatro novos poços em Atlanta e Papa Terra. 

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“Assumimos uma produção inicial de 7 mil barris por dia (kbpd) (100% de participação) para cada poço, com os poços de Papa Terra programados para setembro e novembro de 2026, e os poços de Atlanta esperados para fevereiro e abril de 2027”, diz o relatório. 

Os analistas também projetam uma taxa de declínio anual de 5% até 2027 nos campos terrestres (onshore). 

Eles ainda avaliam que o capex offshore é a prioridade da companhia, enquanto o onshore “aguarda” a desalavancagem. “O plano atual da empresa inclui um capex de aproximadamente US$ 450 milhões para este ano, dividido quase igualmente entre campos terrestres e marítimos, mas nos próximos anos, espera-se que o capex marítimo (offshore) ganhe mais destaque”, destacaram os analistas. 

A equipe também vê que há oportunidades de baixo custo a serem capturadas nos campos terrestres, “mas os investimentos marítimos são vistos como mais vantajosos na perspectiva da empresa neste momento, enquanto eles utilizam métodos secundários de recuperação de petróleo nos campos terrestres”. 

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“É importante notar que, até 2027, dependendo da alavancagem da empresa, a Brava reavaliará o capex terrestre, o que poderá levar a empresa a decidir aumentar a produção dos ativos terrestres novamente”, escreveram Monique Natal, Eric de Mello e Eduardo Mendes.

BRAV3: Potencial alta de 50% 

O Itaú BBA também reconheceu que a combinação de um crescimento de produção limitado no curto prazo — pelo menos até a conclusão das campanhas de perfuração offshore —, os impactos incertos da redução do capex onshore e uma perspectiva cautelosa para os preços do petróleo podem não sustentar um forte desempenho das ações no curto prazo.

No entanto, os analistas acreditam que a Brava está dando “os passos certos” para se posicionar como uma alternativa de criação de valor de longo prazo para os acionistas, por meio de sua agenda de desalavancagem e foco nos ativos principais. 

Nas contas do banco, os esforços da companhia deve sustentar um rendimento de fluxo de caixa livre (FCFE) projetado de 29% e reduzir a alavancagem para 1,1 vezes a dívida líquida sobre Ebitda, assumindo preços do barril do Brent a US$ 65. 

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.