Itaú BBA vê cenário positivo para Gerdau (GGBR4) nos EUA a partir de resultados da concorrente CMC

O Itaú BBA disse que os resultados recentes da Commercial Metals Company (CMC), empresa americana de aço longo, indicam um cenário favorável para a Gerdau (GGBR4) na América do Norte.
Segundo o banco, o aumento dos spreads de metal observado pela CMC tende a sustentar margens estáveis mesmo com volumes sazonalmente menores no 4T25.
O banco ressalta que a demanda sólida do setor de construção nos EUA, aliada a políticas comerciais mais restritivas para importações — como a elevação de tarifas para 50% — deve beneficiar empresas locais como a Gerdau. O ambiente de spreads elevados, forte demanda e proteção comercial cria um cenário positivo para as operações da Gerdau na região, afirma.
O Itaú BBA também projeta que esses fatores devem se manter em 2026, com a expectativa de que a recuperação da economia e investimentos em infraestrutura continuem a impulsionar o consumo de aço longo nos EUA.
A operação da Gerdau na América do Norte é estratégica, respondendo por cerca de 61% do Ebitda ajustado consolidado no 2T25, impulsionada pela forte demanda da construção e políticas comerciais favoráveis.
A Gerdau utiliza tecnologia de forno a arco elétrico e reciclagem de sucata, enquanto a CMC também produz aço longo e vergalhões com mini-moinhos e centros de distribuição nos EUA.
Ambas competem especialmente nos setores de construção civil e infraestrutura, onde a demanda por aço longo é elevada.
No trimestre passado, foi a operação na América do Norte que mais do que compensou os desafios nas unidades de negócios do Brasil e da América do Sul.
A XP Investimentos disse recentemente que espera um avanço nos preços da América do Norte(+US$ 35/t) e custos levemente menores, levando as margens Ebitda de volta ao patamar de 19% a 20%, apoiadas pelos reajustes anunciados ao longo do trimestre. Já na América do Sul, a XP projeta um trimestre positivo, com volumes sazonalmente mais altos e preços realizados em recuperação.
A Gerdau deve apresentar queda no lucro líquido do terceiro trimestre. Para a XP, a última linha do balanço deve alcançar R$ 1,023 bilhão, o que implicaria em uma baixa anual de 18%, ao passo que a receita deve permanecer estável a R$ 17,4 bilhões.
Analistas, do modo geral, esperam que a companhia seja beneficiada em 2026 pela redução dos investimentos (capex), anunciada recentemente, e por uma recuperação de margens na divisão Brasil.