Itaú (ITUB4): Lucro sobe 11% e chega a R$ 11,9 bilhões no 3T25, dentro das expectativas
O Itaú (ITUB4) registrou lucro recorrente gerencial de R$ 11,9 bilhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 11% ante o mesmo período do ano passado, mostra documento enviado ao mercado nesta terça-feira (4).
A cifra ficou dentro da expectativa da Bloomberg, que aguardava lucro de R$ 11,8 bilhões.
Conhecido por ser um relógio suíço, devido à sua entrega de resultados recorrentes, o Itaú confirma, assim, o bom momento operacional que vive nos últimos anos.
Apontado por analistas como o mais seguro da bolsa, diferente de seus concorrentes, como Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11), não passou por uma grande deterioração das principais linhas, como inadimplência e ROE (retorno sobre o patrimônio líquido).
E por falar em ROE, o banco conseguiu, mais uma vez, superar a rentabilidade dos seus rivais, com um retorno de 23,3%, estável no trimestre e alta de 0,6 ponto percentual no ano, enquanto o SANB encerrou o período com ROE de 17% e Bradesco com 14,7%.
Média de analistas consultados pelo Money Times esperava 23% de rentabilidade.
Segundo o banco, a alta do lucro foi puxada, mais uma vez, pelo aumento da carteira de crédito em meio a uma inadimplência controlada.
“Os resultados do terceiro trimestre reforçam a solidez financeira do Itaú Unibanco e a capacidade do banco de crescer com disciplina e eficiência, resultando em uma robusta geração de capital”, afirma Gabriel Amado de Moura, CFO do banco.
Céu é o limite?
Entre as principais linhas, houve melhoras em várias linhas do Itaú.
A margem financeira com clientes melhorou 11% ante o ano passado, para R$ 30,4 bilhões. Já a margem financeira gerencial ficou em R$ 31 bilhões, elevação de 10%.
O banco cita o crescimento da carteira, maior margem com passivos e remuneração do capital de giro como os fatores que puxaram a alta.
As receitas de serviços e seguros subiram 7,1%, a R$ 14,7 bilhões. Segundo o banco, a linha foi impulsionada pelo:
- maiores ganhos com emissão de cartões,
- aumento nas receitas de pagamentos e recebimentos.
- crescimento no resultado de seguros, por conta do crescimento de prêmios ganhos.
Itaú: Melhora da inadimplência
O índice de inadimplência, importante termômetro para medir a capacidade dos clientes Itaú de honrarem com suas dívidas, acima de 90 dias, permaneceu estável, assim como o indicador das operações no Brasil, que se mantiveram em 1,9% e 2,0%, respectivamente.
Dessa forma, o banco conseguiu ‘segurar’ os calotes, mesmo com a piora do cenário macro.
Por outro lado, o índice de inadimplência entre 15 e 90 dias, incluindo títulos e valores mobiliários,
aumentou 0,3 p.p. e fechou o trimestre em 2%.
No segmento de grandes empresas no Brasil, o aumento foi de 0,9 p.p. com o indicador de curto prazo encerrando o trimestre em 1,0%.
Segundo o banco, os aumentos, tanto no consolidado quanto em grandes empresas, ocorreram por conta de um cliente específico que já estava adequadamente provisionado.
Além disso, o banco também suportou melhora da inadimplência, sem abrir mão do crescimento da carteira, que subiu 6,4%, para R$ 1,4 trilhão.
No segmento de pessoas físicas, o crescimento foi de 6,5%, com destaque para:
- crédito imobiliário: alta de 15,2%
- cartão de crédito: alta de 6,7%
- crédito pessoal: alta de 3,8%
Porém, outro indicador importante da saúde financeira dos bancos, a despesa com provisão para créditos de liquidação duvidosa gerencial, uma espécie de proteção contra calotes, ficou em R$ 9,7 bilhões, alta de 9,5%.
As despesas não decorrentes de juros alcançaram R$ 17 bilhões, aumento de 7,6%, devido aos efeitos da negociação do acordo coletivo de trabalho, que inclui reajuste de 5,68% sobre salários e benefícios a partir do mês de setembro de 2025.
“Com essa dinâmica de resultado, nosso índice de eficiência fechou o terceiro trimestre em 39,5% no consolidado e em 37,7% no Brasil.”.
Guidance do Itaú
Com crescimento acima do esperado, o Itaú revisou parte de suas projeções (guidances) para 2025.
O banco agora projeta um crescimento entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões para a margem financeira.
“Essa revisão reflete, principalmente, à dinâmica mais positiva do resultado acumulado da mesa trading em comparação à expectativa original”.
Veja abaixo:
| Indicador | Anterior | Revisado |
|---|---|---|
| Carteira de crédito total | Crescimento entre 4,5% e 8,5% | Mantido |
| Margem financeira com clientes | Crescimento entre 11,0% e 14,0% | Mantido |
| Margem financeira com o mercado | Entre R$ 1,0 bi e R$ 3,0 bi | Entre R$ 3,0 bi e R$ 3,5 bi |
| Custo do crédito | Entre R$ 34,5 bi e R$ 38,5 bi | Mantido |
| Receita de prestação de serviços e resultado de seguros | Crescimento entre 4,0% e 7,0% | Mantido |
| Despesas não decorrentes de juros | Crescimento entre 5,5% e 8,5% | Mantido |
| Alíquota efetiva de IR/CS | Entre 28,5% e 30,5% | Mantido |