Itaú (ITUB4): Lucro sobe 14% e vai a R$ 11 bilhões no 1T25, em linha com expectativa

O Itaú (ITUB4) registrou lucro recorrente gerencial de R$ 11,1 bilhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 14% ante o mesmo período do ano passado, mostra documento enviado ao mercado nesta quinta-feira (8).
A cifra ficou dentro da expectativa da Bloomberg, que aguardava lucro de R$ 11 bilhões.
De acordo com o banco, o número foi motivada pela combinação de um mix saudável da carteira de crédito e de uma inadimplência controlada.
Conhecido por ser um relógio suíço, devido à sua entrega de resultados recorrentes, o Itaú confirma, assim, o bom momento operacional que vive nos últimos anos.
“Nossos indicadores financeiros demonstram o quanto o Itaú Unibanco está preparado e forte para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades no curto e no longo prazo”, afirmou Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú.
O banco é apontado por analistas como o mais seguro da bolsa e, diferente de seus concorrentes, como Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11), não passou por uma grande deterioração das principais linhas, como inadimplência e ROE (retorno sobre o patrimônio líquido).
E por falar em ROE, o banco conseguiu, mais uma vez, superar a rentabilidade dos seus rivais, com um retorno de 22,5%, alta de 0,6 ponto percentual no ano, enquanto o SANB encerrou o período com ROE de 17%.
Mais cedo, o Bradesco divulgou resultado de R$ 5,8 bilhões, com aumento nas principais linhas e acima das expectativas, o que fez o papel fechar em forte alta de 15%, com ROE de 14%.
A margem financeira com clientes melhorou 14% ante o ano passado, para R$ 29,4 bilhões. Já a margem financeira gerencial ficou em R$ 30,3 bilhões, elevação de 12,8%.
Segundo o banco, as linhas foram impulsionadas pelo efeito positivo do crescimento da carteira de crédito, da maior margem com passivos, além da melhor remuneração do capital do banco.
As receitas de serviços e seguros cresceram 5,6%, a R$ 11,2 bilhões, puxadas, principalmente, pelo aumento do faturamento na atividade de emissão de cartões e maiores ganhos com administração de recursos, além do crescimento de 16% no resultado de seguros.
Itaú: Melhora da inadimplência
O índice de inadimplência, importante termômetro para medir a capacidade dos clientes Itaú de honrarem com suas dívidas, acima de 90 dias, caiu 0,1 ponto percentual no trimestre, a 2,3%, e 0,4 ponto percentual no ano.
Dessa forma, o banco conseguiu ‘segurar’ os calotes, mesmo com a piora do cenário macro.
O destaque, segundo o banco, ficou para a inadimplência da carteira de pessoas físicas, mais arriscado, que fechou o trimestre em 3,6%, o menor patamar da história, com redução de 0,6 p.p. no ano.
Além disso, o banco também suportou melhora da inadimplência, sem abrir mão do crescimento da carteira, que subiu 13,2%, para R$ 1,4 trilhão.
Entre a fatia de crescimento, a carteira de pessoas físicas aumentou 8,6% em 12 meses, puxado pelos crescimentos de 16,7% em crédito imobiliário, 9% em veículos e 7,8% em crédito pessoal.
Porém, outro indicador importante da saúde financeira dos bancos, a despesa com provisão para créditos de liquidação duvidosa gerencial, uma espécie de proteção contra calotes, ficou em R$ 9,4 bilhões, alta de 2,1%.
As despesas não decorrentes de juros alcançaram R$ 15,8 bilhões, aumento de 9,8%. O banco se justifica dizendo que os investimentos estratégicos em tecnologia puxaram a alta.
Guidance do Itaú
No geral, os números ficaram acima do projetado pelo próprio banco, a exemplo do Bradesco. O esperado é um crescimento de 4,5% a 8,5% da carteira para 2025, quando no trimestre a alta foi de 13%.
Já a margem financeira está prevista para crescer de 7,5% a 11,5%, quando cresceu 14%. Resta saber se o mercado dará a mesma importância ao fato que deu para o banco de Osasco.