Itaú (ITUB4): Para analistas, dividendos “reforçam disciplina de capital e perspectiva de retorno ao acionista”; Ações sobem
O Itaú (ITUB4) divulgou nesta quinta-feira (28) um dividendo extraordinário de R$ 23,4 bilhões aos seus acionistas — anúncio que foi bem recebido pelo mercado, com as ações às 16h subindo 2,85%.
O provento foi divulgado mais cedo do que o habitual, já que normalmente o anúncio ocorre junto ao balanço do quarto trimestre. Para analistas, provavelmente o Conselho optou pela antecipação para driblar o início da taxação de dividendos no Brasil.
“No conjunto, o pacote reforça a disciplina de capital e sustenta a perspectiva de retorno adicional ao acionista”, diz o time de análise do Bradesco BBI/Ágora.
A equipe tinha a estimativa de um pagamento dentro do intervalo entre R$ 1,31 por ação e R$ 1,99 por ação. “O valor efetivo, de R$ 1,86, ficou mais próximo do topo do intervalo, levando o capital principal (CET1) do Itaú para perto de 12%, patamar ainda confortável”.
A equipe ainda destaca que o também anunciado cancelamento de 78,9 milhões de ações preferenciais (adquiridas via recompra) é outro vetor positivo para a equity story. Ele reduzirá o número de ações e elevará o lucro por ação no tempo.
“Esses retornos combinados, somando R$ 26,4 bilhões, representam cerca de 58% do lucro estimado para 2025, resultando em um dividend yield de 6,0%”, afirma a equipe do Goldman Sachs.
O time do banco norte-americano lembra que, incluindo pagamentos de JCP já anunciados anteriormente, o retorno total de capital em 2025 chega a R$ 35,9 bilhões, “implicando payout próximo de 79%” — número alinhado às expectativas do mercado.
Tanto o Bradesco BBI quanto o Goldman Sachs têm recomendação de compra para as ações do Itaú, o primeiro com preço-alvo em R$ 42 e o segundo, em R$ 45.