BusinessTimes

Itaú reafirma meta de R$ 6 bi para margem financeira com mercado em 2017

31 out 2017, 17:28 - atualizado em 05 nov 2017, 13:52

O presidente executivo do Itaú Unibanco, Candido Bracher, reafirmou que o banco espera que sua margem financeira com o mercado que representa – basicamente, as operações de tesouraria – deva fechar 2017 com R$ 6 bilhões. Até setembro, o banco já soma R$ 4,9 bilhões nesta linha.

Ao comentar sobre as operações da América Latina, Bracher destacou que a integração com o chileno CorpBanca está indo bem e evoluindo positivamente, a despeito do cenário econômico mais difícil no Chile e na Colômbia.

A margem financeira com clientes ajustada ao risco do Itaú Unibanco, considerando as operações do CorpBanca, deve ficar ao redor dos 7% nos próximos trimestres, de acordo com Bracher. Ele afirmou, em teleconferência com analistas e investidores, que esse patamar, visto nos dois últimos trimestres, é sustentável.

Ao final de setembro, a margem financeira com clientes ajustada ao risco do Itaú (considerando CorpBanca) ficou em 7,4%, acima dos 7,3% vistos ao término de junho.

Bracher afirmou ainda que espera que a rentabilidade do crédito ao varejo compense a compressão do spread bancário (diferença de quanto o banco paga para captar e cobra para emprestar) no próximo ano. Disse também que, apesar de as grandes companhias estarem acessando mais o mercado de capitais do que o de crédito bancário tradicional, não vê compensação de ganhos de um com o outro. Conforme ele, a tomada de crédito ainda está a mercê das decisões de investimento por parte das empresas.

Citi

O Itaú Unibanco espera integrar a operação de varejo do Citi em seis meses e no máximo em um ano, de acordo Bracher. “A integração das operações do Citi será relativamente simples. O público (cliente) que será integrado é semelhante ao nosso e a qualidade das pessoas (que vão trabalhar). Teremos uma boa integração”, explicou o executivo, em conversa com jornalistas.

O varejo do Citi, conforme Bracher, adiciona cerca de R$ 9 bilhões em ativos para o Itaú e uma carteira de em torno de 300 mil clientes. Em crédito, serão mais de R$ 6 bilhões e em depósitos, cerca de R$ 5 bilhões.

XP Investimentos

Sobre a aquisição de uma fatia na XP Investimentos, Bracher disse que o banco não foi surpreendido pela decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que considerou o projeto complexo. “É um processo normal diante de uma empresa do nosso tamanho”, explicou ele, acrescentando que a XP continuará independente e que a influência do Itaú se limitará a assentos no conselho de administração da empresa.

Sobre o prazo que deve levar a obtenção das aprovações para a conclusão da compra de uma fatia na XP, Bracher disse que não saberia responder, mas que o processo está em curso normal e que o desfecho deve se dar nos próximos meses.

Crédito e América Latina

O presidente do Itaú Unibanco afirmou ainda que o movimento no terceiro trimestre de se desfazer de carteiras de créditos ativas no montante de R$ 775 milhões deve se repetir nos próximos trimestres. É natural, conforme ele, após a crise que o Brasil enfrentou e diante do “estoque ruim de crédito” gerado, cuja recuperação é “muito difícil”. “Há empresas especializadas que fazem isso”, lembrou ele.

Em relação às operações do Itaú no Chile e Colômbia, o presidente do banco disse que as perspectivas econômicas para esses países não se confirmaram, impactando na demanda e na qualidade do crédito local. “Quando fizemos negócios/aquisições, entre os anos de 2013 e 2014, as perspectivas para Chile e Colômbia eram muito mais acentuadas que o crescimento atual. Antes, falava-se em torno ou acima dos 4%, hoje, essas economias estão crescendo 2% ou até um pouco abaixo”, explicou Bracher.

Apesar disso, o executivo garantiu que a frustração de expectativa não altera em nada a determinação do Itaú de crescer e se estabelecer no Chile e na Colômbia. “A trajetória de tombar agências do CorpBanca em Itaú CorpBanca, a integração sistemas e de pessoas está evoluindo muito satisfatoriamente”, concluiu.

Argentina

O presidente executivo do Itaú Unibanco afirmou que a instituição é entusiasta do mercado argentino, mas que o preço dos ativos locais dificulta aquisições no país. “O valor dos ativos na América Latina em geral está muito elevado”, disse ele, em teleconferência com analistas e investidores.

O executivo lembrou ainda que o Itaú tem desvantagem em relação aos players locais por conta do custo de capital. Recentemente, o banco desistiu de negociar a compra de uma fatia do Banco do Brasil no argentino Patagônia.

Brasil

Bracher afirmou também que no terceiro trimestre foi possível identificar mais sinais positivos na economia brasileira. “O humor estava relativamente calmo após as turbulências políticas do segundo trimestre”, disse ele.

O executivo reafirmou que a melhora da confiança aliada à inflação sob controle e à redução da taxa Selic têm refletido positivamente na demanda por crédito. Apesar de a carteira do banco ter encolhido por mais um trimestre, ele comemorou o leve crescimento de 0,3% nas operações voltadas às pessoas físicas.

“Temos a satisfação de ver que o crédito à pessoa física parou de reduzir. Representa um ponto de inflexão nesta carteira”, explicou o executivo.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar