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Itaú Unibanco “atrapalha”, e Credit Suisse corta preço-alvo da Itaúsa

18 fev 2020, 12:45 - atualizado em 18 fev 2020, 12:45
Itaú Unibanco
Efeito-dominó: corte de preço-alvo do Itaú chegou à Itaúsa (Imagem: Reuters/Pilar Olivares)

Ser dono de um banco pode parecer um bom negócio. Ainda mais, quando se trata do Itaú Unibanco (ITUB3; ITUB4), com seu lucro líquido recorrente de R$ 28 bilhões no ano passado. Mas, a vida da Itaúsa (ITSA4) não está fácil.

A holding teve seu preço-alvo reduzido de R$ 16,50 para R$ 16,30 pelo Credit Suisse.

O primeiro motivo para o corte é, justamente, as expectativas menores do Credit Suisse para o Itaú Unibanco. No fim de janeiro, o banco suíço reduziu o preço-alvo do Itaú de R$ 45 para R$ 44. Como o banco representa 93% do portfólio da Itaúsa, de acordo com os analistas, seria inevitável que houvesse um impacto.

Os analistas Marcelo Telles, Otavio Tanganelli e Alonso Garcia, que assinam o relatório do Credit, acrescentam que as ações da Itaúsa são negociadas, ultimamente, com um desconto de 20% em relação à do Itaú – um percentual acima da média histórica de 17%.

O trio lembra que uma parte importante desse desconto se deve à “ineficiência com que recebe juros sobre capital próprio [JCP] de suas controladas”. Pela conta dos analistas, esse problema responde por 5 a 6 pontos percentuais do desconto.

Isenção

Mas essa diferença pode crescer, se a reforma tributária encaminhada pelo governo ao Congresso, no segundo semestre do ano passado, sair do papel. O ministro da Economia, Paulo Guedes, propõe rever a taxação de dividendos (hoje isentos) e de juros sobre capital próprio.

Ministro da Economia, Paulo Guedes
De olho: Guedes propõe taxar dividendos distribuídos por empresas (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Para o Credit Suisse, um aumento da tributação sobre juros seria o menor dos problemas da Itaúsa, já que o JCP corresponde a 35% do total que recebe. O maior impacto viria do fim da isenção dos dividendos.

“Pelos nossos cálculos, uma taxa de 10% sobre os dividendos justificaria um desconto cerca de 6% maior [dos papéis da Itaúsa, em relação ao Itaú]”, afirmam os analistas. De qualquer modo, o Credit observa que, por ora, a reforma tributária está em ponto morto no Congresso.

Apesar do corte do preço-alvo, o relatório destaca que a recomendação para a Itaúsa permanece em outperform, isto é, com desempenho esperado acima da média do mercado, já que o novo valor implica um potencial de alta de 25% sobre o preço corrente dos papéis.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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