Opinião

Ivan Sant’anna: Bear market around the clock

26 dez 2018, 10:32 - atualizado em 26 dez 2018, 10:32

Ivan Sant’anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

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Caro leitor,

Anteontem, segunda-feira, 24 de dezembro, enquanto o mercado de ações não funcionava no Brasil, em Nova York o Dow Jones levou um tombaço. No que os americanos chamam de panic selling, o Dow fechou a 21.792,20, na mínima do dia, mínima do ano e mínima dos últimos 16 meses.

De sua máxima, alcançada em 3 de outubro, a 26.828,39, a NYSE já caiu 18,77%.

O comportamento da Bolsa de Nova York no dia 24, num pregão encurtado em três horas (isso acontece todos os anos), foi tudo menos normal.

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Nessas ocasiões, o mercado costuma trabalhar com pouca liquidez e volatilidade. Os especialistas das ações mais negociadas impedem que alguns especuladores se aproveitem do fraco movimento para puxar ou derrubar cotações.

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Se o mercado caiu desse jeito (- 2,91%) é porque os investidores e gestores de fundo estão com medo e partindo para a chamada fly to quality (fuga para a qualidade), caindo fora da Bolsa e comprando títulos do Tesouro americano.

E não há meio feriado que os impeça de fazer isso.

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Para que se possa fazer uma comparação, a queda recente do Dow, iniciada em 3 de outubro, equivale à rentabilidade de quase sete anos dos títulos de longo prazo do Tesouro americano.

Em crônica recente que escrevi para a Inversa, eu disse que o touro é forte mas o urso, rápido. É justamente o que está acontecendo neste momento no mercado norte-americano de ações. E, evidentemente, não se refletiu apenas no Dow Jones Industrial. O S&P500 já caiu 16,63% e o Nasdaq perdeu um quinto de seu valor, tudo no terceiro trimestre de 2018.

Várias são as explicações dos analistas internacionais para essa virada. Há um temor generalizado de que a economia mundial esteja começando a desandar. São grandes as perspectivas de novos aumentos de juros por parte do FOMC (órgão do FED equivalente ao nosso Copom) em 2019.

Por fim, e mais importante, cada vez mais o presidente Donald Trump se vê incapaz de lidar com fatos que lhe trazem contrariedade.

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Quando a Bolsa de Nova York fez suas máximas, nos primeiros dias de outubro, Trump trouxe o mérito para si, atribuindo a alta às suas medidas de incentivo à economia, tais como redução da carga tributária das empresas.

Agora, com o mercado caindo sobre sua cabeça, o presidente está pondo a culpa no FED e no aumento das taxas de juros.

Como se não bastasse, Donald Trump ameaça demitir o presidente da Reserva, Jerome Powell, coisa que ele (que, por sinal, nomeou Powell para o cargo) não tem o poder de fazer.

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Parece que os tempos de “You’re fired” do reality show The Apprentice não lhe saem da cabeça. Age como se a Casa Branca fosse um estúdio de TV.

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