Opinião

Ivan Sant’Anna: Desmistificando o Mito

22 jan 2019, 13:43 - atualizado em 22 jan 2019, 13:43

Por Ivan Sant’anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

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Assim que regressar de Davos, o presidente Jair Bolsonaro irá se internar no hospital Albert Einstein, em São Paulo, para retirada da bolsa de colostomia, incômodo que vem portando (com notáveis paciência e conformismo) desde setembro do ano passado, após a facada em Juiz de Fora que quase lhe custou a vida.

A nova cirurgia acontecerá na próxima segunda-feira, 28 de janeiro. Não é uma coisa muito simples, já que terá a duração de três horas. Após a intervenção, o presidente precisará ficar em repouso absoluto (repouso bolsonariano, diga-se de passagem) durante 10 dias.

Sendo assim, quando a administração começar para valer, a nova Legislatura já terá assumido suas cadeiras no Congresso. Os presidentes da Câmara dos Deputados (aposto em Rodrigo Maia) e do Senado (meu palpite é Renan Calheiros) estarão eleitos.

Por sua vez, o ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello terá autorizado a retomada das investigações das atividades bancárias do senador Flávio Bolsonaro.

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“Processo não tem capa, tem conteúdo”, já revelou o magistrado, meio que antecipando seu voto.

A verdade é que o affair Bolsonaro/Fabrício Queiroz desmistificou o Mito. E, em se tratando de negociações com o Congresso, quando é preciso sentar, figurativamente, no colo de pessoas como Maia e Calheiros, ser de carne e osso é bom.

Renan e Rodrigo (ou seus equivalentes – não posso me esquecer que ainda não houve a eleição), que já devem ter belos pés-de-meia e polpudas aposentadorias mais do que garantidos, estão pouco se lixando para temas como idade mínima, regras de transição, tempo de serviço, etc.

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Eles querem mesmo é saber de poder, influência. Carros oficiais, jatinhos da FAB, lugar de honra nos palanques. De entrar no palácio do Planalto de peito erguido e subir direto para o terceiro andar. E não de ser capacho de Mito.

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Se essa turma é cínica, mais cínico sou eu. Ou pragmático, se preferem suavizar o adjetivo. Aos 78 anos de idade, e com uma aposentadoria que mal dá para pagar o plano de saúde, quero que as reformas (previdenciária, trabalhista, administrativa e tributária) sejam aprovadas. Seja por intermédio do Mito ou dos Renans, Jucás (oops, esse já foi), Aécios, Tiriricas e quem mais o eleitor cismou em pôr nas cuias do Congresso Nacional.

Espero há anos por isso. E mesmo que essas mudanças pouco influenciem minha vida, gostaria de vê-las acontecer. Chega de ver o Brasil com a lanterna na popa.

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