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Jalles Machado (JALL3): ‘Melhores rendimentos, perspectiva animadora e potencial acima de 88%’; o que fazer com as ações pós-4T24

20 jun 2024, 18:41 - atualizado em 20 jun 2024, 18:41
jalles machado jall3
Analistas do BTG e XP veem poucos catalisadores de curto prazo pelos múltiplos exigentes e falta de clareza para o açúcar e etanol da JALL3 (Imagem: REUTERS/Juan Carlos Ulate)

A Jalles Machado (JALL3) divulgou resultados referentes ao quarto trimestre da safra 2023/2024 revertendo o prejuízo de R$ 56 milhões do 4T23 e registrando um lucro líquido de R$ 7,4 milhões.

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Os analistas destacaram o guidance da safra 2024/2025, com menor capex, mix mais açucareiro e um ATR acima das expectativas, e ressaltaram os números da empresa por conta dos preços fixados do açúcar, bem acima na comparação o ano passado.

O BTG viu números fracos no 4T24, com um trimestre impacto por preços baixos do etanol. A empresa reportou Ebitda ajustado (incluindo hedge) de R$ 248 milhões, aumento de 135% a/a, 7% abaixo das estimativas do banco.

A dívida líquida expandiu em R$109 milhões t/t, impactada pelo ciclo de capex associado à expansão da capacidade de produção de açúcar e um maior carrego de estoque, com os estoques de etanol aumentando 170% a/a. No entanto, a relação de alavancagem permanece confortável em 1,3x, segundo os analistas.

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BTG está otimista para tese

O banco viu com bons olhos os números do guidance da safra 24/25, com a produção de ATR 6% acima das suas expectativas. O aumento do mix de açúcar em detrimento do etanol (50,6%-49,4%) foi viabilizado pela maior capacidade de produção de açúcar na planta Otavio Lage e pela capacidade de produção de açúcar VHP implementada na Usina Santa Vitória Açúcar e Álcool (SVAA) no ano passado.

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“Isso sugere uma perspectiva de margem mais robusta e uma alavancagem operacional maior. Além disso, a Jalles surpreendentemente divulgou um guidance para um aumento de yield de 4,4% a/a para 88 toneladas/ha, com o TCH da planta Jalles aumentando 6,0% a/a, Usina Otávio Lage (UOL) subindo 4,3% e SVAA subindo 2,4%”, destacam Thiago Duarte, Bruno Lima e Guilherme Guttila.

Apesar dos múltiplos de curto prazo parecerem exigentes em relação aos pares, o que indica um potencial limitado de valorização no curto prazo, o BTG espera que o desconto se amplie à medida que o crescimento dos resultados operacionais melhores nos próximos anos

“O Capex, excluindo tratamento das culturas, deve diminuir 8% a/a em uma base comparável para R$798 milhões (5% abaixo das nossas estimativas), graças à conclusão dos investimentos associados à capacidade de cristalização do açúcar, bem como à normalização da recuperação da cana-de-açúcar. Estamos otimistas com os preços do açúcar no longo prazo e acreditamos que o etanol está começando um ano-safra mais favorável, impulsionado por uma demanda mais forte. Nossa recomendação é de compra (preço-alvo de R$ 12 e potencial de 88%)”, concluem.

Como a XP viu os resultados da Jalles Machado no 4T24?

Para XP Investimentos, os números da Jalles Machado vieram em linha com as estimativas, apesar do Ebitda ajustado ficar 3% abaixo da projeção da casa.

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“A estratégia da empresa de adiar as vendas de etanol para a entressafra foi assertiva. Entretanto, o lucro caixa foi negativo, o que acreditamos estar ligado às margens fracas de etanol na última temporada, algo a ser observado de perto em 2024/25”, apontam Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, da equipe de Agro, Alimentos e Bebidas.

Além disso, os estoques vieram ligeiramente maiores e os analistas vão tentar obter mais informações sobre a estratégia de venda durante o 1T25. Olhando para o futuro, a XP vê números encorajadores devido ao hedge do açúcar com preços atrativos (+30% A/A).

“O cenário de investimento da Jalles continua sendo de crescimento garantido + valuation atrativo (2,7x EV/EBITDA para 2024/25). No entanto, não vemos catalisadores claros devido à incerteza em torno dos preços de açúcar e etanol (embora a empresa já tenha feito hedge de 100% de seu açúcar disponível para 2024/25), enquanto as ações de baixa liquidez estão sendo deixadas de lado pelos investidores”, comentam.

O guidance, que veio em linha, teve no seu lado positivo a projeção da produtividade da SVVA, acima das estimativas da XP, o que deixa espaço para um maior otimismo com relação à recuperação da margem na indústria e à aceleração do crescimento.

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“Do lado negativo, a produtividade da JALL3 e da UOL ficaram abaixo de nossas estimativas, mas estávamos no lado otimista. Em relação ao Capex, o guidance ficou um pouco abaixo de nossa estimativa, embora a empresa não tenha divulgado as premissas para o tratamento de culturas, algo que tentaremos abordar na conferência de resultados. Temos recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 12,40 e potencial de alta de 94,66%”

 

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.