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JBS acalma investidor com fundo para Amazônia e BTG reforça recomendação de compra

25 set 2020, 15:03 - atualizado em 25 set 2020, 15:03
JBS
A empresa se comprometeu em fazer um acompanhamento integral dos fornecedores indiretos da área até 2022 (Imagem: YouTube/JBS S.A.)

Queimadas e desmatamentos na Amazônia vêm ganhando as manchetes de jornais do mundo e provocando preocupação em empresas ligadas ao agronegócio.

O temor é que com a piora da imagem do Brasil, fique cada vez mais difícil vender os produtos no mercado internacional, a medida que países coloquem restrições às empresas brasileiras.

Para tentar diminuir o problema, a JBS (JBSS3) lançou na última quarta-feira um pacote de medidas contra o desmatamento na Amazônia.

A empresa se comprometeu em fazer um acompanhamento integral dos fornecedores indiretos da área até 2025 e criou um fundo filantrópico (para o qual fará uma doação de até R$ 500 milhões nos próximos 10 anos) com o objetivo de investir na conservação/restauração florestal.

Segundo o BTG, em relatório enviado a clientes nesta semana, a medida é importante pois sinaliza a preocupação da companhia com o meio ambiente.

“Com as métricas ESG recebendo cada vez mais atenção dos investidores, vemos as iniciativas da JBS como pontos positivos claros para o caso de investimento”, disseram os analistas Thiago Duarte, Henrique Brustolin e Ricardo Cavalieri.

Principal desafio ambiental na cadeia de produção, o projeto pretende implementar medidas que monitore fornecedores indiretos, que vendem os gados para as fazendas.

“A JBS e os outros grandes nomes da carne bovina no Brasil já têm controles em vigor que lhes permitem comprar apenas gado de fazendas complacentes, mas como a cadeia produtiva nem sempre é verticalmente integrada, o gado comprado de fazenda legal pode ter nascido ou crescido em áreas “ilegais” (desmatamento, por exemplo)”, afirmam.

Para monitorar os primeiros elos da rede, está sendo criada a JBS Green Platform, “que parece uma solução elegante”, disseram.

Queimadas Amazônia
Além da cadeia, a JBS pretende investir no desenvolvimento da própria Amazônia, com questões que dizem respeito à conservação e restauração florestal (Imagem: AmazÔnia Real/Bruno Kelly)

A plataforma solicita acesso aos dados de transporte de gado dos fornecedores diretos e cruza com os sistemas de monitoramento da JBS para localizar fornecedores indiretos não complacentes.

A expectativa é que até 2025, todos os seus fornecedores diretos no Bioma Amazônia devem fazer parte da plataforma.

Fundo Amazônia

Além da cadeia produtiva, a JBS pretende investir no desenvolvimento da própria Amazônia, com questões que dizem respeito à conservação e restauração florestal, desenvolvimento socioeconômico das comunidades e pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico.

A JBS se comprometeu a doar R$ 250 milhões nos próximos 5 anos, e fará doações com terceiros até que sua contribuição própria chegue a R$ 500 milhões. A meta do fundo é arrecadar R$ 1 bilhão até 2030 e será chefiado pela ex-CEO da Seara, Joanita Karoleski.

O CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, disse em entrevista à Reuters que essas iniciativas mostram que a JBS – com sede no Brasil mas com a maior parte de suas receitas no exteriores – não está olhando somente para os elos de sua cadeia produtiva.

O BTG manteve a recomendação de compra das ações, com preço-alvo de R$ 36, potencial de valorização de 66,9%.

“Acreditamos que o foco crescente da administração em ESG, combinado com uma estrutura de capital mais equilibrada, também pode melhorar a percepção de risco e levar a um merecido re-rating das ações”, disseram.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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