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JBS (JBSS3) avança quase 7% após SEC aprovar pedido de dupla listagem; o que dizem os analistas?

23 abr 2025, 12:12 - atualizado em 23 abr 2025, 12:12
jbs jbss3 dupla listagem
(Foto: Divulgação)

O conselho da JBS (JBSS3) aprovou a convocação dos acionistas para assembleia geral extraordinária (AGE) no dia 23 de maio, às 10h, para discutir o plano de dupla listagem das ações na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse). O pedido da JBS teve aprovação da SEC, órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos. Por volta de 11h46, as ações subiam 6,99%

Para o BTG Pactual, a aprovação dos acionistas minoritários –  que detêm cerca de 30% das ações em circulação – é o último grande passo antes da listagem nos EUA. O banco explica que a JBS S.A será deslistada e JBS N.V, com sede na Holanda, será listada, se tornando a única acionista da JBS S.A, com ações negociadas na NYSE e BDRs na B3.

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Com isso, a A JBS N.V. terá duas classes de ações (A e B) com os mesmos direitos econômicos, mas as ações Classe B terão 10 vezes o poder de voto das Classe A, e somente as ações Classe A serão negociadas publicamente.

Todos os acionistas poderão solicitar a conversão de suas ações Classe A em Classe B até dezembro de 2026, com um limite de 55% (exceto para os controladores).

O que muda com a dupla listagem da JBS?

Para os analistas do BTG, ainda que pareça cedo para dizer isso, além do acordo possibilitar a negociação a múltiplos mais elevados, a listagem nos EUA e a estrutura com diferentes classes de ações darão à JBS um poder sem precedentes para financiar o crescimento.

“A capacidade de emitir novas ações sem comprometer o controle dos acionistas majoritários, aliada a um capital mais valorizado, permitirá à empresa almejar objetivos muito mais ambiciosos”, apontam Thiago Duarte, Guilherme Guttila e Gustavo Fabris.

“Admitimos que éramos céticos quanto à ideia de que uma simples ‘mudança de CEP’ pudesse destravar tanto valor quanto a JBS projetava. Mas parece que estávamos errados. A reação inicial desde o anúncio do acordo entre a J&F e o BNDES mostra o contrário, com as ações da JBS subindo cerca de 36% desde então”.

Segundo a XP Investimentos, a dupla listagem é positiva já que:

  1. A JBS negocia com desconto significativo contra os pares (eles estimam um gap de valuation de 30-40% para a Tyson;
  2. Dupla listagem deve diminuir estruturalmente o custo de capital da companhia;
  3. O processo deve fortalecer ainda mais a governança;
  4. Os fatores mencionados devem ampliar a capacidade de investimento e crescimento. “Mesmo com a JBS tradando hoje com valuation a níveis razoáveis – 5.3x e 5.6x EV/Ebitda e 6.3% e 4.3% FCF yield para 2025 e 2026, respectivamente – esperamos uma forte reação positiva das ações no pregão desta quarta”.

A visão da Ágora e Bank of America

Para Ágora Investimentos, o evento é fundamental para redução de risco, visto que, após o BNDES anunciar recentemente sua abstenção, a aprovação da SEC era o principal obstáculo para a listagem.

“Apesar da recente alta, as ações da JBS ainda teriam que subir 37% para fechar a lacuna em termos de múltiplo EV/Ebitda em relação à sua subsidiária PPC e teriam que mais que dobrar para fechar totalmente a lacuna de valuation em relação às ações da Tyson Foods”, explicam Henrique Brustolin e Ricardo Rosalen, que reiteram a ação como principal recomendação no setor de alimentos e bebidas.

Na avaliação do Bank of America, a listagem nos EUA pode destravar um potencial significativo de valorização para a JBS, já que a maior parte do negócio está fora do Brasil (75% da receita em 2025) e a ação é negociada com desconto de 20% em relação à Pilgrim’s Pride e de 40% em relação à Tyson Foods, com múltiplo de 5,0x EV/Ebitda 2025. Para eles, a listagem pode ser concluída em 9 de junho.

“A listagem planejada pode levar a uma redução do custo de capital e, com a estrutura de ações em duas classes garantindo maior poder de voto aos controladores, a JBS poderá usar ações como moeda para futuras aquisições – o que está alinhado à sua estratégia de crescimento”

 

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
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