JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3) devem ver pressão para margens no 2T25, aponta Safra; confira prévias

O Banco Safra espera que a JBS (JBSS3) e a Minerva Foods (BEEF3) reportem resultados neutros no segundo trimestre de 2025 (2T25). Segundo o analista Ricardo Boiati, as operações de carne bovina devem margens mais pressionadas no comparativo anual, já que os custos do gado superaram os preços da carne, apesar da demanda global ainda sólida.
“Além disso, nos EUA, esperamos alguns impactos negativos das tarifas sobre as operações de carne bovina e suína. Em relação à carne de frango, vemos um trimestre melhor para a América do Norte, já que os spreads permanecem bastante sólidos, enquanto as restrições de exportação relacionadas ao surto de influenza aviária altamente patogênica (IAAP) no Brasil devem pesar sobre os resultados”, explica.
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O Safra mantém a JBS como sua top pick dentro do setor (preço-alvo de US$ 19,00 e potencial de alta de 41% para ações classe A listadas na NYSE e R$ 112 para o BDR JBSS32), além de contar com uma recomendação neutra para Minerva (preço-alvo de R$ 7,00 e potencial de alta de 30%)
JBS no 2T25
Os resultados mais fracos são explicados pela piora das margens nos negócios de carne bovina e na Seara, enquanto a Pilgrim’s Pride (PPC) e a carne suína nos EUA devem permanecer sólidas.
Os fundamentos de mercado continuam indicando uma demanda global sólida por proteínas, com spreads ainda mostrando uma tendência melhor para aves e suínos.
“No consolidado, esperamos receitas líquidas de US$ 20,563 bilhões, crescimento de 7% no ano. Para o Ebitda ajustado, a expectativa é de US$ 1,654 bilhões, queda de 13% ano a ano. Além disso, projetamos melhora de 30% nos resultados financeiros líquidos devido à redução do nível de endividamento — apesar das taxas de juros mais altas — e menor impacto cambial e de MTM (Mark-to-Market), o que deve levar a um lucro líquido de US$ 395 milhões, avanço de 32% anualmente e margem líquida de 1,9%, um crescimento de 37bps ano a ano”.
A previsão para Minerva no 2T25
As vendas fortes, impulsionadas pelo aumento da capacidade dos ativos adquiridos, será ofuscada pelos preços mais altos do gado, que pressionam os spreads ano a ano.
“O Brasil deve registrar volumes mais fortes devido à demanda robusta, tanto no mercado interno quanto nas exportações, à medida que a empresa acelera os ativos adquiridos recentemente. Os volumes da Argentina devem melhorar anualmente, também principalmente devido ao ativo adquirido da Marfrig (MRFG3) , enquanto as condições macroeconômicas estão gradualmente melhorando. O desempenho da Colômbia e do Paraguai também deve melhorar após a abertura de mercados comerciais com China e EUA, respectivamente. Além disso, o negócio de cordeiro da Austrália está mostrando melhorias consistentes. Apesar disso, os spreads devem levar a margens mais pressionadas no comparativo anual para o 2T25“.
Sendo assim, no consolidado, a expectativa é de que a Minerva reporte um Ebitda ajustado de R$ 1,037 bilhão, avanço de 45% ano a ano. Assim, projetamos um
lucro líquido ajustado de R$ 20 milhões — queda de 73% ano a ano —, com margem líquida ajustada de 0,2% (-81 pontos-base ano a ano)”.