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JBS (JBSS3), Minerva (BEEF3), BRF (BRFS3) ou Marfrig (MRFG3): Qual frigorífico venceu a queda de braço em 2023?

30 dez 2023, 10:00 - atualizado em 29 dez 2023, 11:24
frigoríficos brf jbs
Confira visão da XP e Terra Investimentos para os frigoríficos ao longo de 2023 e saiba o que esperar no próximo ano (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

O ano de 2023 ficou marcado como um período de recuperações sequenciais, com um início bastante difícil para todos os frigoríficos, mas com recuperações ao longo dos meses, em diferentes graus para cada um dos nomes, apesar das diferentes exposições em termos de proteínas e geografias.

De acordo com Pedro Fonseca, da XP Investimentos, para as empresas expostas à carne bovina no Brasil (JBS, Marfrig, Minerva), o ano começou desafiador a partir da suspensão temporária das exportações à China, dado o caso de vaca louca atípica.

Entretanto, os resultados melhoraram ao longo do ano com a retomada das exportações e um momento bastante favorável de ciclo.

“Para aves e suínos no Brasil (JBS e BRF), o ano também se iniciou bastante desafiador, com um cenário global de oferta e demanda desajustado e custos altos de grãos. Ao longo do ano, o balanço de oferta e demanda melhorou, além também da queda dos grãos, ajudando nas margens das empresas”, analisa.

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Dessa forma, a tendência foi parecida nas operações de aves e suínos nos EUA, onde a JBS possui exposição a essas proteínas.

Para Fonseca, o maior desafio ficou para as operações de carne bovina nos EUA (JBS e Marfrig), dada a virada de ciclo do gado.

“Vimos algumas melhoras ao longo do ano por conta de fatores pontuais como problemas climáticos, mas continuamos negativos com o momento de ciclo, que deve fazer com que 2024 seja ainda mais desafiador”, completa.

JBS (JBSS3), Minerva (BEEF3), BRF (BRFS3) ou Marfrig (MRFG3): Quem brilhou em 2023?

Em 2023, as ações de JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3), Minerva (BEEF3) e BRF (BRFS3tiveram as seguintes variações.

  • JBSS3: 19,65%
  • BEEF3: – 38,88%
  • BRFS3: 66,79%
  • MRFG3: 12,11%

Para Luis Novaes, da Terra Investimentos, os últimos meses foram marcados pela recuperação parcial de suas ações em bolsa, diante das melhores perspectivas operacionais e financeiras para as empresas, mas também como resultado de um ambiente de menor aversão ao risco.

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“A menor disponibilidade de bovinos na América do Norte resultou em uma grande elevação de custos nas operações dos frigoríficos nos EUA, de grande relevância para a JBS e a Marfrig. Com influência da grande disponibilidade de porco na China, a demanda por carne bovina se viu prejudicada no mercado internacional, tornando os preços realizados pelos exportadores menores, contribuindo negativamente para o cenário desafiador vivido pelos frigoríficos”, explica.

Além disso, o cenário de juros elevados no Brasil e nas principais economias do mundo, trouxe ainda mais pressão para as margens financeiras de empresas que possuem certa alavancagem em seus balanços.

“Esses fatores contribuíram para os resultados negativos dos frigoríficos ao longo do ano, de margens significativamente pressionadas por questões operacionais e financeiras, o que se traduziu em cotações menores de seus ativos em bolsa. Entretanto, ao longo do segundo semestre, a perspectiva quanto aos resultados futuros dos frigoríficos se tornaram melhor, permitindo uma recuperação parcial do valor de mercado dessas empresas”, pontua.

O pior passou para os frigoríficos?

Segundo Novaes, a situação do ciclo do gado nos EUA não aparenta estar expressivamente melhor do que nos meses anteriores, e ainda se projeta uma pressão sobre as margens oriunda especificamente das operações.

Ainda assim, é esperado que o pior já tenha sido superado. A tendência positiva em outras operações deve contribuir para a recuperação gradual das margens consolidadas.

“A oferta maior de grãos ao longo do ano, com influência da safra recorde brasileira, possibilitou uma pressão menor do lado dos custos, orientando esse início de recuperação das margens operacionais. Outro fator que torna as expectativas melhores para os frigoríficos é a perspectiva de juros menores no futuro, o que deve reduzir gradualmente a penalização da alavancagem sobre os resultados financeiros ao longo dos próximos anos”, discorre.

O balanço dos frigoríficos

Novaes conta com as seguintes visões para o ano de 2023 dos frigoríficos:

  • JBS: Possui maior diversificação do que seus pares negociados no Brasil, sendo esse um dos seus principais trunfos, além de se beneficiar da possibilidade de listagem dupla no futuro, o que deve resultar em menor pressão sobre as margens devido ao custo de capital menor e maior atratividade de investidores globais;
  • Marfrig: Além da perspectiva de recuperação de margens, assim como a JBS, está em um momento de desalavancagem, mantendo o foco em sua estratégia principal, o que explica parte do movimento recente;
  • BRF: Tese beneficiada pela perspectiva de juros menores, considerando sua alavancagem e desempenho financeiro negativo nos últimos trimestres, além da menor pressão de custos pela oferta maior de grãos;
  • Minerva: Desempenho distante dos pares, provavelmente pelo impacto dos menores preços realizados nas exportações, com menor demanda pela China e risco de execução com relação aos novos projetos da empresa.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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