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JBS (JBSS3) tem prejuízo de R$ 1,45 bi no 1º tri, mas vê recuperação em 2023

11 maio 2023, 19:17 - atualizado em 11 maio 2023, 19:17
JBS
A JBS informou que encerrou o trimestre com 9 bilhões de reais em caixa, possuindo 3,2 bilhões de dólares disponíveis em linhas de crédito rotativas (Imagem: REUTERS/Shannon Stapleton)

A JBS (JBSS3), maior produtora global de carnes, anunciou nesta quinta-feira prejuízo líquido de 1,45 bilhão de reais no primeiro trimestre, versus lucro de 5,14 bilhão de reais no mesmo período do ano passado, com margens menores em todas as suas principais unidades de negócios por alta nos preços de grãos e sobre-oferta de proteínas, principalmente frangos e suínos.

Mas essa situação desafiadora já é coisa do passado, com o primeiro trimestre visto como um “ponto fora da curva” pelo CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni. Ele disse que o cenário para 2023 é mais positivo, em meio a um recuo nas cotações das matérias-primas para rações já registrado, além de maior demanda de carnes nos próximos trimestres nos Estados Unidos e China.

“O fato é que o resultado deste primeiro trimestre não representa o potencial do nosso negócio e muito menos o que nós esperamos do resultado para o ano… O primeiro trimestre de 2023 é um caso excepcional e um ponto fora da curva…”, disse Tomazoni à Reuters.

“Quando olho para frente, já olhando o segundo trimestre, vislumbramos uma recuperação gradual das margens dos nossos negócios, isso já é fato”, acrescentou.

A companhia brasileira, gigante global de alimentos que obtém a maior parte de suas receitas na América do Norte, registrou queda de 78,6% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, para 2,16 bilhões de reais.

A margem Ebitda ajustada foi de 2,5%, queda de 8,6 pontos percentuais na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a empresa teve o melhor primeiro trimestre de sua história, e as operações nos Estados Unidos marcaram forte crescimento por demanda interna e externa, nos segmentos de aves e bovinos.

A receita líquida da companhia de janeiro a março de 2023 foi a segunda maior já registrada para um primeiro trimestre, somando 86,7 bilhões de reais, destacou Tomazoni, ressaltando que a plataforma global e diversificada em proteínas da empresa também vai colaborar para a retomada de bons resultados.

No primeiro trimestre, as operações de bovinos da JBS nos EUA, a maior da empresa em receita, ainda sofreram com a “virada do ciclo do gado”, o que reduz a oferta animais para abate. Neste cenário, os preços do boi gordo permaneceram em patamares elevados, crescendo 16% ano a ano, enquanto a carne no atacado subiu apenas 2%, disse a companhia.

No Brasil, a unidade de bovinos da empresa sofreu com um embargo da China para o país entre fevereiro e março, por conta de um caso atípico de doença de “vaca louca”. O proibição já foi suspensa.

“Olhando o Brasil especificamente, essa retomada de bovinos para China vai ter um forte impacto nos negócios agora”, disse o executivo, lembrando que a empresa teve uma unidade brasileira habilitada a exportar aos chineses recentemente, o que vai dar força adicional.

Nos EUA, ele disse que o segmento de bovinos deverá se beneficiar da temporada de churrascos, no segundo e terceiro trimestres, que costumam gerar maior demanda.

Ele ainda citou que a retomada da economia da China, importante para todas as proteínas, mas principalmente para bovinos, é outro fator positivo previsto para o ano.

Caixa e dívida

A empresa reportou no primeiro trimestre fluxo de caixa das atividades operacionais negativo em 3 bilhões de reais, “explicado pelo cenário desafiador no período”.

O fluxo de caixa livre, após adição de ativo imobilizado, juros pagos e recebidos, foi negativo em 6 bilhões de reais, em um período em que, sazonalmente, há a característica de maior consumo de caixa, devido a concentração de pagamentos de fornecedores de gados e suínos, e recomposição de estoques, principalmente em grãos, segundo o CFO da companhia, Guilherme Cavalcanti.

A dívida líquida aumentou para 83,7 bilhões de reais até o fim do primeiro trimestre, versus 79,17 bilhões no quarto trimestre, aumento decorrente principalmente do consumo do capital de giro, Capex, além de juros provisionados.

A alavancagem passou para 3,14 vezes, versus 2,29 vezes ao final do ano passado.

Por outro lado, a JBS informou que encerrou o trimestre com 9 bilhões de reais em caixa, possuindo 3,2 bilhões de dólares disponíveis em linhas de crédito rotativas.

Assim, disponibilidade total da companhia é de 25 bilhões de reais, reportou a empresa.

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