JBS prevê melhora no ciclo pecuário nos EUA a partir do final de 2027
Para os executivos da JBS (JBSS3), Os frigoríficos de carne bovina dos Estados Unidos continuarão a lidar com a baixa disponibilidade de gado por cerca de três ou quatro trimestres, com melhorias graduais no rebanho norte-americano ocorrendo gradualmente a partir do final de 2027. As falas foram feitas durante a teleconferência de resultado do segundo trimestre de 2025 (2T25).
A maior empresa de carnes do mundo afirmou que outros fatores que afetam sua operação de carne bovina nos EUA, que representa cerca de um terço de suas vendas líquidas, incluem o fechamento da fronteira com o México em maio, devido à ocorrência da bicheira-do-Novo Mundo, um parasita.
“A situação mexicana é obviamente relevante”, disse Wesley Batista Jr., que lidera as operações da JBS nos EUA.
Os governos mexicano e americano estão em negociações para a possível reabertura da fronteira, disse ele, estimando que cerca de 1,1 milhão de cabeças de gado bovino não podem passar neste momento.
Tarifas e gripe aviária no radar da JBS
Outros desafios operacionais da empresa nos EUA incluem o negócio de carne suína, que foi fortemente afetado desde que o presidente Donald Trump iniciou uma guerra comercial com Pequim.
As restrições às exportações de frango brasileiro da China e da União Europeia, aplicadas desde maio após um surto de gripe aviária no Brasil, maior exportador de aves do mundo, também estão pesando sobre a JBS, que recentemente passou a ter ações listadas nos EUA.
O CEO Gilberto Tomazoni estimou que, se as barreiras comerciais sanitárias não forem removidas, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Seara, divisão de alimentos preparados no Brasil, poderá ser impactado em cerca de 1,5%.
As margens da Seara, no entanto, permaneceram na casa dos dois dígitos, apesar das interrupções relacionadas à gripe aviária no segundo trimestre.
Impulsionada também pelos fortes resultados da processadora de aves Pilgrims Pride, a empresa registrou vendas líquidas recordes de US$21 bilhões, enquanto o lucro líquido aumentou quase 61%, para US$528,1 milhões no segundo trimestre.