Política

Jereissati diz que PSDB tomará em conjunto qualquer decisão a respeito da crise

25 maio 2017, 2:16 - atualizado em 05 nov 2017, 14:02
Tasso
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Iolando Lourenço e Luciano Nascimento – Repórteres da Agência Brasil

Em reunião com o presidente em exercício do partido, senador Tasso Jereissati (CE), a bancada do PSDB na Câmara dos Deputados se posicionou hoje (24) favorável à manutenção da unidade de todos os segmentos da legenda em função da crise envolvendo o governo. Segundo Jereissati, o partido, por enquanto, permanece no governo do presidente Michel Temer e que qualquer decisão a respeito da crise política será tomada em conjunto pela legenda.

“Qualquer que seja o movimento que nós venhamos a ter, vai ser em conjunto com o partido, não vai ser da Câmara, do Senado, dos governadores, dos prefeitos, da Executiva. Vai ser do partido. Então vamos intensificar as conversas cada vez mais, acompanhar hora a hora os desdobramentos da crise, os problemas com muita responsabilidade e cautela e não vamos fazer nenhuma coisa que seja feita de repente, de maneira açodada, de impulso”, disse Jereissati após a reunião.

De acordo com o senador, a preocupação do partido, no momento é com a estabilidade. Questionado se o PSDB chegou a discutir o cenário de uma eventual vacância do cargo de presidente, o senador disse que não. “A nossa preocupação é o seguinte: estabilidade, calma. Nada que venha afetar mais ainda o momento de extrema fraqueza que as instituições brasileiras estão vivendo”, disse. “Nós não discutimos a substituição do presidente, discutimos bastante qual a posição e como o partido deve agir: que tem que ser em conjunto e em consenso”.

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Jereissati disse que a legenda vai investir em diálogo para não tomar nenhuma atitude que venha agravar a crise. Segundo o senador, toda a movimentação deve ser no intuito de resolver a crise para que o país tenha uma vida “normal”. “Sem desconhecer os gravíssimos acontecimentos que estão na vida pública, no Executivo, denúncias gravações, etc… uma vida normal para que o país não vá a deriva”, disse.

Segundo o tucano, a legenda vai aguardar o momento de se posicionar sobre o cenário futuro. “O limite dessa espera é quando a gente tenha consolidado uma maneira de saber prever o dia seguinte. O dia seguinte não é nome [para a Presidência]. O dia seguinte é estabilidade, com a democracia preservada e não se deixar levar por impulso do momento”.

Eleições diretas

O senador disse ainda ser contrário à Proposta de Emenda à Constituição 227/16, que estabelece eleições diretas no caso de vacância da Presidência e da Vice-Presidência da República a qualquer tempo do mandato, exceto nos seis últimos meses. Hoje, a Constituição determina que a eleição seja indireta caso o País fique sem presidente menos de dois anos antes do término do mandato.

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“Neste momento eu acho casuísmo. Acho que toda vez que há uma crise e vamos ter muitas ainda, não podemos ficar mudando a Constituição”, disse. “Se o presidente Temer tivesse que sair, seria por meio de um processo constitucional e a consequência disso seria apenas ler o livrinho [Constituição] e seguir o que ele diz”.

Jereissati ocupou a presidência do partido depois do afastamento do senador Aécio Neves (MG) da presidência do partido após as denúncias de que Aécio teria recebido R$ 2 milhões em propina do  presidente da JBS, Joesley Batista. O tucano disse que o PSDB vai se “apegar” à Constituição para enfrentar a crise.

“A Constituição é fundamental, nós vamos nos apegar de todas as maneiras à letra da Constituição. A Constituição representa para nós o momento da redemocratização e a confirmação de uma vez por todas da democracia no Brasil e nós não vamos sair da Constituição sequer um milímetro”, disse.

O presidente do partido disse que os deputados ficaram “assustados” com a notícia da autorização da atuação das Forças Armadas para conter a manifestação na Esplanada dos Ministérios. “A questão da presença militar é sempre uma coisa que nos assusta. Quando nos deram a notícia ficamos preocupados com isso. Mas, por outro lado, tivemos a informação que a Polícia não estava dando conta do processo de depredação, de quebra-quebra. Então, em último caso, na emergência, que não pode se tornar uma rotina, é necessário o Exército”, disse.

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