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O que a empresa dos irmãos Batista quer com a compra da Eletronuclear? CEO explica

15 out 2025, 15:16 - atualizado em 15 out 2025, 15:43
J&F eletronuclear
Usina nuclear de Angra-RJ (Imagem: Reuters)

Em mais um negócio com a Eletrobras (ELET3), a J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, comprou participação na Eletronuclear, empresa responsável pelo Complexo Nuclear de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

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Por meio da Âmbar Energia, subsidiária da J&F no setor elétrico, a companhia passará a deter uma participação de 68% do capital total e de 35,3% do capital votante da Eletronuclear, que segue controlada pelo governo, por meio da ENBPar.

Se, por um lado, a Eletrobras sai beneficiada ao dar destino para um ativo de que já queria se desfazer e reduz a percepção de risco dos investidores, por outro lado, a J&F vê oportunidade de ingressar no segmento de energia nuclear.

“Com a participação na Eletronuclear, a Âmbar se torna o único player privado com presença nesse segmento”, disse Marcelo Zanatta, presidente da Âmbar Energia, ao Money Times.

O preço acordado pela participação na Eletronuclear é de R$ 535 milhões, e a J&F será responsável pelas debêntures que fazem parte do termo de conciliação firmado com a União, no valor de R$ 2,4 bilhões.

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A Eletronuclear opera as usinas Angra 1, com potência instalada de 640 megawatts, Angra 2, com 1.350 MW, e o projeto em desenvolvimento de Angra 3, de 1.405 MW.

“O mundo vive um momento de transformação energética, impulsionado pela digitalização e pelo avanço dos data centers e da inteligência artificial, que exigem fontes firmes e estáveis de energia. A energia nuclear tem se consolidado como uma resposta a esse desafio, por garantir segurança energética e contribuir para a redução das emissões”, completa Zannata.

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Vale destacar que o negócio ainda está sujeito à aprovação dos órgãos reguladores.

Entre os objetivos da Âmbar Energia está a diversificação do portfólio de geração de energia. Atualmente, a empresa conta com 50 unidades geradoras, considerando também negócios em fase de fechamento: solares, hidrelétricas, a biodiesel, a biomassa, a biogás, a gás natural, entre outras.

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As duas usinas da Eletronuclear em operação possuem contratos de longo prazo, o que garante receitas previsíveis, destaca a Âmbar, uma vez que Angra 1 está contratada até 2044 e Angra 2 tem contrato até 2040.

“A participação na Eletronuclear nos assegura fluxo estável de receitas, com energia gerada próxima aos maiores centros de consumo do país”, diz o CEO da Âmbar em nota.

Em 2024, a Eletronuclear reportou receita líquida de R$ 4,7 bilhões e lucro líquido de R$ 545 milhões.

Por que vale a pena para a Eletrobras

O Bradesco BBI, após conversas com a empresa, confirmou que o negócio está estruturado como uma transação de “porteira fechada”. Dessa maneira, a Eletrobras não terá quaisquer obrigações futuras em relação a este ativo, e todas as obrigações passadas serão assumidas pelo novo proprietário.

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Isso significa que a Eletrobras está isenta de injetar R$ 2,4 bilhões em debêntures e de fornecer garantias para a dívida pendente de aproximadamente R$ 7 bilhões devida ao BNDES e à Caixa,relacionada à construção de Angra 3.

Os analistas não preveem problemas para que a transação tenha a aprovação governamental necessária.

“O impacto é positivo. Embora o preço de venda (R$ 535 milhões) esteja abaixo do valor contábil (cerca de R$ 7,5 bilhões), o que exigirá uma provisão (não monetária), o ponto-chave é que este ativo representou o último grande risco para a tese de investimento da empresa [Eletrobras]”, diz o BBI.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas, com foco em varejo e setor aéreo.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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