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Johnson & Johnson (JNJ): O excelente negócio da farmacêutica ao vender suas marcas mais populares

05 set 2023, 16:53 - atualizado em 05 set 2023, 19:19
Johnson & Johnson Saúde Consumo
A Johnson & Johnson caminha para terminar o split-off da Kenvue. (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic/Illustration)

A Johnson & Johnson (JNJ) está em vias de concluir o desmembramento da divisão de consumo, o que deverá destravar bilhões de dólares para reinvestimento no que será o foco completo da companhia daqui em diante: a pesquisa farmacêutica e medicina tecnológica.

No desdobramento mais recente do split-off (termo que designa a separação de divisões de uma companhia), a J&J realizou a venda de 80% das ações da Kenvue — a subsidiária que cuidará do tradicional ramo de consumo da Johnson & Johnson, herdando para si produtos consolidados no mercado como Listerine, Tylenol e Band-Aid.

A Kenvue estreou no mercado de capitais em maio deste ano, em um IPO que rendeu a Johnson & Johnson cerca de US$ 13.2 bilhões em dinheiro. De lá para cá, a ação, hoje cotada a US$ 22.40, caiu cerca de 15% desde a oferta pública.

Em entrevista ao Wall Street Journal, o CFO Joseph Wolk detalha que o split-off deverá ter conclusão em meados do ano que vem.

A companhia trabalha para eliminar uma série de custos corporativos, que antes pertenciam à divisão de consumo. “Quando você separa companhias, há sempre um momento de falta de sinergia”, qualificou Wolk.

À publicação, Wolk afirma também que a farmacêutica considera vender os 9.5% que ainda possui da Kenvue. A transação garantiria  à Johnson & Johnson quase US$ 4.2 bilhões em dinheiro isento de impostos.

O split-off da divisão de consumo era um desejo antigo da farmacêutica começou a tomar forma em 2021, quando a empresa iniciou o  processo de desembarçamento financeiro das divisões.

 

Um primeiro vislumbre: Johnson & Johnson ‘puro sangue’ projeta maior faturamento

Na semana passada, a J&J divulgou uma prévia inédita de como serão seus lucros e receitas como uma empresa, trazendo números que podem ser agradáveis à companhia.

A marca projeta obter anualmente US$ 83.2 bilhões a US$ 84 bilhões com vendas, receita que é de 7% a 8% superior aos balanço prévio. Com a Kenvue dentro da planilha da Johnson & Johnson, o crescimento de receitas alcança, no máximo, 7.5%.



A empresa espera um lucro ajustado por ação de US$ 10.10, abaixo do intervalo previamente projetado de US$ 10.70 a US$ 10.80, mas mantém o seu dividendo de US$ 1.19 por ação.

Para Damien Conover, estrategista-chefe da Morningstar no segmento de saúde, a queda no lucro ajustado revelado pelo guidance não assusta.

“A projeção de lucro para o modelo remanescente da J&J caiu como o esperado devido ao desinvestimento no negócio de consumo da marca. Porém, os US$ 13 bilhões levantados pelo IPO da Kenvue, além da participação acionária remanescente de 9.5% no negócio neutralizam as perdas sob o ponto de vista do valuation“, coloca Conover.

Novas aquisições entram no radar

Com a separação completada da Kenvue, analistas de mercado esperam que a J&J assuma uma posição mais agressiva no segmento de pesquisa clínica e farmacêutica.

Isso inclui a possibilidade de aquisições de negócios com expertise científica e capacidades comerciais que podem se beneficiar do alcance global da J&J.

Ainda segundo o Wall Street Journal, Wolk diz que a empresa continuará conduzindo um modelo 50/50 entre desenvolvimento científico próprio e àquele feito por parceiros e subsidiárias.

Para Conover, o plano de investimento visado pela J&J permitirá que a empresa consiga repor, com maior velocidade, licenças de exclusividade sobre medicamentos elaborados braço de pesquisa e desenvolvimento.

O estrategista completa que as aquisições almejadas pela farmacêutica devem levar a uma trajetória sustentável e ascendente dos lucros da empresa ao longo da próxima década.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
jorge.fofano@moneytimes.com.br
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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