Mercados

JPMorgan alerta para calma antes de tempestade em bolsas dos EUA

04 abr 2023, 15:58 - atualizado em 04 abr 2023, 15:58
Wall Street
Os mercados de renda variável permaneceram resilientes este ano, apesar dos aumentos dos juros (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

O apetite por risco que puxa o rali do mercado acionário deve perder força sob o peso da turbulência bancária, o choque do petróleo e a desaceleração do crescimento, que devem devolver os índices de volta às mínimas de 2022, de acordo com Marko Kolanovic, estrategista do JPMorgan.

“O Fed não indicou nenhuma intenção de cortar os juros este ano, mas os ativos de risco exibem um rali sem precedentes, com as ações europeias sendo negociadas perto de máximas históricas e os papéis dos EUA recuperando perdas recentes”, escreveu Kolanovic em nota aos clientes na segunda-feira. “Esperamos uma reversão na percepção de risco, e o mercado testando novamente a mínima do ano passado nos próximos meses.”

Em sua opinião, os fluxos de entrada em ações nas últimas semanas “fazem pouco sentido” e foram em grande parte impulsionados por investidores sistemáticos, uma pressão compradora e queda no Índice de Volatilidade Cboe, ou VIX.

O declínio do VIX abaixo de 20, nível associado a períodos menos estressantes, sugere que investidores acreditam que a crise bancária está contida no curto prazo. No entanto, Kolanovic caracteriza o cenário atual do mercado como “a calma antes da tempestade”.

Entre os mais otimistas de Wall Street durante a maior parte da onda vendedora do mercado no ano passado, Kolanovic desde então reverteu sua visão e reduziu a alocação em ações em meados de dezembro, janeiro e março devido a uma perspectiva econômica fraca este ano.

Os mercados de renda variável permaneceram resilientes este ano, apesar dos aumentos dos juros que afetaram os lucros das empresas, desaceleraram o crescimento e desencadearam uma série de colapsos de bancos nos EUA e no exterior.

O S&P 500 subiu 7% no primeiro trimestre, depois de cair quase 20% em 2022, enquanto os ganhos das ações de tecnologia levaram o Nasdaq 100 a avançar 20% desde o início de janeiro e entrar em um ciclo de alta, o chamado “bull market”.

O melhor desempenho do setor de tecnologia se ampliou recentemente, à medida que traders aumentam as apostas de que o estresse do sistema bancário vai levar o Federal Reserve a pisar no freio em sua campanha de aperto monetário.

“Vale a pena notar a natureza sanfona da percepção de risco, onde taxas restritivas produziram um problema para vários ‘carry trades’ e a consequente retração nos rendimentos mitigou parte do estresse”, escreveu Kolanovic. “Embora os bancos centrais ainda estejam se comunicando, há terreno a cobrir no combate à inflação e na pressão contra a suposição de cortes do mercado, de modo que a fonte original de estresse, juros mais altos por mais tempo, pode entrar novamente no cenário.”

Estrategistas do Citigroup, entre eles Chris Montagu, disseram que o posicionamento líquido se tornou claramente altista para o S&P 500 na semana passada. Ainda há US$ 15 bilhões em posições vendidas para serem eliminadas, o que poderia apoiar os mercados no curto prazo, escreveram em nota na segunda-feira.

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