JSL (JSLG3): Lucro cai, mas CEO vê 1T25 melhor que esperado; ‘mais otimista do que no fim de 2024’

A JSL (JSLG3), empresa de logística que pertence ao Grupo Simpar (SIMH3), teve lucro líquido ajustado de R$ 45 milhões no primeiro trimestre de 2025, queda de 7,4% em relação ao mesmo período, mostra documento enviado ao mercado nesta terça-feira (6).
Mesmo assim, a administração reforçou o seu otimismo e não vê a queda com preocupação. Em seu release, a companhia afirmou que a alta dos juros, que atualmente estão no casa dos 14%, o maior desde o período Dilma Rousseff, prejudicou parte do desempenho.
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Por outro lado, houve melhora em outras linhas. A receita líquida subiu 12%, a R$ 2,3 bilhões, enquanto o Ebitda, que mede o resultado operacional, escalou 14,7%, a R$ 454 milhões.
“Terminamos o ano passado com uma perspectiva preocupante — aumento de juros — e isso poderia frear a economia, afetando a receita. Não foi o que ocorreu”, afirmo o CEO, Ramon Alcaraz, ao Money Times.
Ele recorda ainda que apesar da queda no lucro em relação ao ano passado, a empresa lucrou 26% mais em relação ao quarto trimestre.
Além disso, a margem operacional se recuperou, após dois pressionadas devido à implantação de novos projetos. “Conseguimos recuperar, conforme previsto, e essa entrega reforça a credibilidade junto ao mercado”.
Houve ainda quase R$ 2 bilhões em novos contratos assinados neste primeiro trimestre.
“Diferente dos trimestres anteriores, o cross-selling foi menor, pois foram contratos com novos clientes e em setores distintos. Mais uma vez, mantendo a estratégia de diversificação. Essa diversificação, somada aos contratos celebrados no ano passado, garante o crescimento futuro”.
JSL: Dívidas sob controle
O CFO da JSL, Guilherme Sampaio, acrescenta que a empresa conseguiu controlar a alavancagem, uma das maiores preocupações do mercado quando os juros sobem.
A linha se manteve estável em 3,04x a dívida líquida sobe o Ebitda.
Além disso, encerrou o trimestre com R$ 1,7 bilhão em caixa, além de linhas de crédito comprometidas de R$ 530 milhões, totalizando R$ 2,2 bilhões de liquidez disponível.
“Com crescimento de geração de caixa, haverá redução dessa alavancagem. Menos dívida, mais eficiência na venda de ativos desmobilizados e otimização do capital de giro. Isso melhora a conversão do resultado operacional em lucro”.
Ainda segundo Sampaio, o objetivo agora é monitorar para que não haja prejuízo.
“Desde o IPO, em setembro de 2020, após a separação da Simpar, nunca reportamos prejuízo. Na época, o CDI estava em 2%. Depois subiu para 13%, caiu para 9% e voltou para 13%-14%”.
“O essencial é correr riscos certos e manter os projetos no trilho”.
Trump e Brasil
Sobre os impactos da guerra tarifária do presidente Donald Trump, Ramon afirma que o impacto pode vir para os clientes, “e isso pode nos atingir indiretamente”.
“Se será positivo ou negativo, ainda é cedo para dizer. Hoje, o impacto é zero.
Pelo que se escuta, o Brasil, dentro da confusão global, parece ser menos afetado que a média”.
Ainda segundo o executivo, nos últimos anos, qualquer tentativa de previsão tem se mostrado inútil.
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“Falando deste ano: havia expectativa de um cenário difícil, mas o 1T foi melhor que o esperado. Hoje, estou mais otimista do que no fim de 2024”.
Para ele, o essencial é ter uma estratégia sólida, capaz de aproveitar as oportunidades num mercado em crescimento e estar protegido numa possível retração.
“O Brasil é grande demais para uma crise afetar todos os setores ao mesmo tempo. Nunca vi isso em mais de 40 anos de atuação. Isso é uma vantagem”.