Economia

Juro real de 10% empurraria qualquer país à recessão – mas ‘não é o caso do Brasil’, diz Mansueto, do BTG

17 nov 2025, 17:29 - atualizado em 17 nov 2025, 17:29
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Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual (BPAC11) (Imagem: Reprodução/BTG Summit 2025)

Em praticamente qualquer país do mundo, um juro real de 10% ao ano seria suficiente para provocar discussões sobre o tamanho da recessão que as taxas gerariam na economia. No entanto, isso não se aplica ao Brasil, avalia o economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida.

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Ele observa que, mesmo diante de uma das maiores taxas de juro real do planeta, a atividade econômica brasileira continuará positiva. No entanto, ele prevê uma desaceleração tanto neste ano quanto em 2026.

“Neste ano, o crescimento vai diminuir e no ano que vem, também. Por quê? Porque nós temos a maior taxa de juros no mundo”, afirmou destacando que, com uma Selic de 15% e inflação esperada de 4,5%, o juro real chegaria aos 10%.

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O economista acredita, porém, que o início do ciclo de cortes pode começar logo. Parte do mercado projeta reduções apenas a partir de março, mas Mansueto aposta em um corte já para janeiro.

As Opções de Copom indicam que as expectativas para um corte de 0,25 ponto percentual na primeira reunião de 2026 estão em R$ 33,50, enquanto uma queda de 0,50 ponto vale R$ 25,50. As apostas para março das mesmas magnitudes valem R$ 26,50 e R$ 44,50, respectivamente.

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Segundo Mansueto, os modelos semelhantes aos usados pelo Banco Central já indicam espaço para flexibilização daqui a duas decisões. “A partir de janeiro, o Banco Central tem como começar uma redução de juros”, disse 20º Seminário Internacional Acrefi de Crédito (SIAC).

Mesmo com a queda da Selic ao longo de 2026 — para algo próximo de 12%, segundo suas estimativas —, o juro real continuará elevado. “Nós estamos falando de um juros real ainda na casa de 8%, que ainda é muito alto.”

Apesar das condições apertadas, Mansueto projeta um Produto Interno Bruto (PIB) de 2% em 2025.

O resultado será garantido pelo desempenho do primeiro semestre — avanço de 1,3% no primeiro trimestre, influenciado pela forte safra agrícola, e de 0,3% a 0,4% no segundo. Já o segundo semestre deve ser mais fraco, com expansão próxima de 0,2% no terceiro trimestre e estagnação ou leve retração no quarto.

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Para o ano de 2026, a projeção do BTG é de um crescimento de 1,5% da atividade econômica.

O consumo das famílias também deve avançar, mesmo em meio aos juros elevados. Mas o economista alerta para a persistência de problemas estruturais: a taxa de juros continua alta tanto no curto quanto no longo prazo por causa do risco fiscal.

“Temos um problema adicional, que é o juro de longo prazo […], o que nos traz um problema fiscal sério, porque leva a um crescimento muito forte da dívida”, afirmou.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
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Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
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