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Juros futuros recuam em toda a curva com dados de inflação no Brasil e nos EUA

24 out 2025, 18:15 - atualizado em 24 out 2025, 18:15
Juros Futuros
(Imagem: inkdrop)

As taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram a sessão desta sexta-feira (24) em queda com a curva refletindo a percepção de que o Banco Central está mais próximo de cortar a Selic, após a divulgação de índices de inflação abaixo do esperado no Brasil e nos Estados Unidos.

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No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 13,09%, em baixa de 7 pontos-base ante o ajuste de 13,164% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2035 marcava 13,515%, em queda de 9 pontos-base ante o ajuste de 13,602%.

No exterior, após perderem força com a divulgação de dados de inflação, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasuries, se recuperaram, exibindo no fim da tarde leves ganhos entre os contratos mais longos.

Às 16h37, o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia 1 ponto-base, a 3,997%.

O que mexeu os DIs hoje?

No início do dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 — considerado uma espécie de prévia da inflação oficial — teve alta de 0,18% em outubro, depois de ter subido 0,48% no mês anterior. O resultado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,25%.

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A taxa do IPCA-15 em 12 meses até outubro foi a 4,94%, abaixo dos 5,32% de setembro e da projeção de 5,01% dos economistas.

A abertura do indicador também trouxe alguns sinais positivos, como a queda de 53,1% para 50,95% do índice de difusão, que mostra a proporção de itens do IPCA-15 em alta.

O IPCA-15 abaixo do esperado abriu espaço para o recuo das taxas dos DIs, em movimento reforçado ainda no início do dia pela divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA em setembro.

O Departamento do Trabalho dos EUA informou que o CPI avançou 0,3% no mês passado, depois de ter subido 0,4% em agosto. Nos 12 meses até setembro, o índice teve alta de 3,0%, após avançar 2,9% em agosto. Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,4% no mês e de 3,1% em relação ao ano anterior.

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Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, os preços aumentaram 0,2%, depois de subirem 0,3% em agosto. O núcleo do índice aumentou 3,0% em relação ao ano anterior, de 3,1% em agosto.

Os rendimentos dos Treasuries despencaram logo depois do CPI, com os investidores globais elevando as apostas de cortes sucessivos de juros pelo Federal Reserve.

Neste cenário, a taxa do DI para janeiro de 2027 atingiu a mínima de 13,815% (-6 pontos-base) às 9h44, quando tanto o IPCA-15 quanto o CPI já haviam sido divulgados. A taxa do DI para janeiro de 2035 atingiu a mínima de 13,510% (-9 pontos-base) às 15h39.

“A baixa da curva se deve à expectativa de queda de juros no Brasil. Se antes ninguém estava acreditando que o Banco Central cortaria a Selic antes do primeiro trimestre de 2026, os dois indicadores de hoje vieram muito na direção pró-corte”, avaliou Laís Costa, analista da Empiricus Research.

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“Janeiro está virando um consenso. Nas últimas comunicações duras do BC, parecia que ele estava mirando março e talvez abril. Agora há mais de 50% de chance de o corte da Selic ser em janeiro, com probabilidade de corte maior em março”, acrescentou.

O diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, citou ainda a redução recente do preço da gasolina pela Petrobras como um fator que pode influenciar a política monetária. “A possibilidade de corte da Selic ser em janeiro aumentou muito com o IPCA-15 de hoje e o corte da gasolina”, disse Faria Júnior.

Embora a curva tenha passado a refletir chances maiores de os cortes da Selic começarem em janeiro, muitos economistas do mercado mantiveram a cautela após os números desta sexta-feira (24)

“No conjunto, o resultado (do IPCA-15) apoia a continuidade das revisões baixistas nas expectativas de inflação, mas não altera o panorama geral nem traz confiança adicional no processo de desinflação”, avaliou Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos.

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“Nesse sentido, não deve mudar o plano de voo do Banco Central, que segue com postura cautelosa e juros em patamar contracionista por tempo prolongado.”

Perto do fechamento da sessão a curva precificava em 00% a probabilidade de manutenção da Selic em 15% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no início de novembro.

*Com informações de Reuters

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