Mercados

Juros futuros recuam em toda a curva com dados de inflação no Brasil e nos EUA

27 out 2025, 17:50 - atualizado em 27 out 2025, 17:50
Juros Futuros
(Imagem: inkdrop)

As taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram a sessão desta segunda-feira (27) em tom misto com apoio do enfraquecimento do dólar e a redução das expectativas de inflação no Brasil para este ano.

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Os juros futuros de longo prazos terminaram o dia com baixas leves, enquanto os contratos curtos ficaram praticamente estáveis.

No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 13,095%, ante o ajuste de 13,090% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2035 marcava 13,475%, em queda de 3 pontos-base ante o ajuste de 13,509%.

No exterior, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasuries, também terminaram a sessão sem direção única em meio a expectativa de acordo comercial entre o país norte-americano e China e corte na taxa de juros norte-americana.

Perto do fechamento, a ferramenta FedWatch, do CME Group mostrava que o mercado precificava 97,8% de probabilidade de corte de 25 pontos-base dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) na próxima quarta-feira (29), contra 2,2% de chance de manutenção. A taxa de referência atual nos EUA está na faixa de 4,00% a 4,25%.

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Às 16h35, o rendimento do Treasury de dois anos — que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo — tinha alta de 2 pontos-base, a 3,503%. Já o retorno do papel de 30 anos —  referência para o mercado de hipotecas norte-americano —  recuava 2 pontos-base, a 4,569%.

O que mexeu os DIs hoje?

No último domingo (26), os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, Donald Trump, se encontraram na Malásia para discutir a agenda comercial e econômica entre os dois países.

Lula pediu a Trump que a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros seja suspensa durante o processo de negociação entre os países, conforme relato do ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump, não foi mencionado na conversa, de acordo com o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Rosa.

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Em entrevista coletiva já após o encontro, Lula afirmou que Trump “garantiu” que os dois países chegarão a um acordo sobre comércio.

O presidente norte-americano, por sua vez, após deixar a Malásia, disse que teve uma “boa reunião” com Lula, a quem descreveu como “um cara bastante enérgico”, mas estava incerto sobre as perspectivas de um acordo. “Não sei se algo vai acontecer, mas veremos”, disse a repórteres a bordo do avião presidencial Air Force One.

O encontro entre os dois presidentes contribuiu para reduzir um pouco mais as tensões entre Brasil e Estados Unidos, o que abriu espaço para a baixa do dólar ante o real nesta segunda-feira.

Já o Boletim Focus do Banco Central, divulgado antes da abertura da sessão, mostrou que a mediana das expectativas dos economistas do mercado para a inflação em 2025 foi de 4,70% para 4,56% e em 2026 passou de 4,27% para 4,20%.

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A meta contínua de inflação perseguida pelo BC é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual (inflação de até 4,5%). Na prática, o Focus indica que a expectativa de inflação para este ano está levemente acima do teto da meta, mas para o ano que vem ela já se comporta dentro da margem de tolerância.

Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, pontuou que as mudanças no Focus surgem após a divulgação de números importantes na semana passada, como o IPCA-15 de outubro no Brasil e o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de setembro nos EUA, que vieram abaixo do esperado.

“Houve um ‘catch up’ (acerto) de algumas projeções que ainda não haviam sido atualizadas, de uma só vez. Então, tivemos uma revisão bem para baixo, o que é um bom sinal”, comentou Spiess.

Apesar da expectativa crescente de que o Banco Central possa cortar a Selic, hoje em 15% ao ano, já no início de 2026, o diferencial de juros favorável ao Brasil, que tem pesado sobre as cotações do dólar, voltou a favorecer a devolução de prêmios na curva brasileira nesta segunda-feira, avaliou Spiess.

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“A devolução (de prêmios) na curva de juros é contida hoje, mas existe, porque há uma expectativa de corte de juros nos Estados Unidos, enquanto no Brasil o discurso ainda é conservador por parte do Banco Central”, acrescentou.

Perto do fechamento da sessão a curva precificava quase 100% a probabilidade de manutenção da Selic em 15% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no início de novembro.

*Com informações de Reuters

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